Esquema que sonegou R$ 15 milhões envolvia empresas com sucessão familiar

Atividades do grupo se estendem por vários estados

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  • Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2021 às 14:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/Polícia Civil

As investigações da operação que prendeu um casal de empresários pela sonegação de R$ 15 milhões identificaram fraudes no quadro societário de nove empresas do grupo, criadas em nome de “laranjas”. O esquema, que funcionava há aproximadamente seis anos com uma sucessão familiar, envolvia empresas abandonadas e imediatamente sucedidas por outras, no mesmo segmento de mercado, deixando valores expressivos de débitos tributários e promovendo a blindagem patrimonial dos verdadeiros gestores do grupo.

Segundo a força-tarefa, as atividades do grupo se estendem por vários estados da Federação e as manobras fraudulentas, adotadas para embaraçar a fiscalização e sonegar mais tributos, foram interrompidas pela deflagração da Operação. A princípio, foi notada a sucessão familiar e alterações forjadas nos quadros societários enquanto o mesmo sócio continuava à frente da empresa. Posteriormente, com o avanço da investigação, foram identificadas as “empresas laranjas”.

Durante a Operação, foram efetuadas as prisões temporárias do casal de sócios na sua residência, em Lauro de Freitas. Os dois serão encaminhados para custódia para cumprir os cinco dias de prisão temporária. Nas buscas, também foram apreendidos celulares e documentos e foram localizadas duas armas registradas, sem haver situação de flagrante. As pessoas físicas e jurídicas envolvidas tiveram seus bens bloqueados.

Em coletiva de imprensa virtual, o promotor de Justiça Alex Neves destacou os danos que as lesões ao Fisco causam ao governo e aos cidadãos. “A sonegação fiscal causa graves prejuízos aos serviços públicos, que deixam de ser prestados em face dos valores sonegados à Fazenda estadual. Da mesma forma, termina por prejudicar os comerciantes e empresários que exercem sua atividade licitamente, arcando com todos os tributos, e acabam enfrentando a concorrência desleal de quem não arca com seus débitos e responsabilidades fiscais”.

A “Operação Impressão Digital” é uma iniciativa da força-tarefa de combate à sonegação fiscal, composta pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf), do Ministério Público do Estado da Bahia; Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (INFIP), da Secretaria estadual da Fazenda (Sefaz); pela Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), da Coordenação Especializada de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Ceccor/LD), e do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco),  da Polícia Civil da Bahia. A operação contou com o apoio do Gaesf do Ministério Público do Ceará, dos Dracos das Polícias Civil de Pernambuco e Ceará e da Divisão de Capturas do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) de São Paulo.