O baiano não tem vergonha de ser como é, ele adora e faz piada com isso. Nada escapa ao seu senso de humor, principalmente ele próprio. Tudo vira deboche, vira axaque e derruba qualquer tentativa de seriedade.
O resumo da ópera bufa é que nós desenhamos nossa loucura com uma precisão e falta de vergonha implacável. As frases a seguir são inventadas em cada esquina, cada mesa de bar e jogo de dominó, disparadas e proliferadas numa velocidade cibernética.
CLIQUE AQUI E CONFIRA ESPECIAL 'FELIZ-CIDADE' SOBRE OS 470 ANOS DE SALVADOR
Boca a boca, vamos tecendo uma história oral genial, da qual consegui resgatar algumas pérolas que reproduzo a seguir, sem pecado e sem juízo. Que aliás nunca foi o forte de todo baiano que se respeita!
Confira:
-
Baiano não entende, pega as base
-
Baiano não reclama,dá uma pagação
-
Baiano quer é prova e um real de bigbig
-
Baiano não é barril, é barril dobrado
-
E aí, pai, vai pro reggae hoje? (e a festa é eletrônica)
-
Baiano não bebe, come água
-
Quando baiano não vai, quem vai é o coelho
-
Baiano não paquera, fica de frete
-
Baiano burro nasceu morto
-
Spray de pimenta em baiano é tempero
-
Partida do baiano: vai indo que eu não vou
-
Tem, mas acabou
-
Sorria, você está na Bahia
-
Na Bahia você paga 100, para o outro não ganhar 50
-
Carnaval da Bahia, melhor que terapia
-
Baiano não nasce, estreia!
-
Pense num absurdo, na Bahia tem precedente
-
Os baianos saem da terra para cantar, "Ai que saudade eu tenho da Bahia"
-
Podem voltar, pt saudações. (Paulo Francis)
-
Gato que lambe prato de baiano, fica com a lingua ardendo
-
Sonho de baiano é coco já vir ralado
-
Comprei um celular e acho que ele é baiano, só fica procurando rede
-
Malandro é o baiano, que vai dar uma rapidinha e acaba demorando
-
Baiano não sobe em árvore, ele planta a semente e deita em cima
-
Baiano depois do meio-dia vira a braguilha pra trás
-
Um baiano, um coco; dois baianos, dois cocos; três baianos, uma cocada; quatro baianos, uma baianada
-
Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano terminava empatado
*Fernando Guerreiro é diretor teatral, radialista e presidente da Fundação Gregório de Mattos desde 2013