Estrelas do K-pop se reúnem para enterro de astro que se matou

A irmã do cantor segurava uma foto de Kim e não parava de chorar

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  • Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 13:02

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

Seis grandes estrelas do K-pop carregaram nesta quinta-feira (21) o caixão de Kim Jong-hyun, cantor de 27 anos que se suicidou esta semana. Ele foi achado morto dentro do quarto, em Seul, na segunda-feira, depois que a irmã alertou a polícia. Em uma carta de despedida, o cantor narra que enfrentava uma depressão e se sentia muito sozinho. 

O caixão seguiu em cortejo do centro médico Asan, de Seul, até o cemitério. A irmã do cantor segurava uma foto de Kim e não parava de chorar. Um dos companheiros de Kim da época do grupo SHINee, quando se lançou para a fama, liderava o cortejo.Outros três integrantes do grupo e mais três membros do Super Junior, outro super grupo da Coreia do Sul, também levavam o caixão. 

Mesmo com o frio desta época do ano em Seul, muitos fãs esperavam para acompanhar a passagem do caixão pelas ruas. No Brasil, fãs do cantor também marcaram homenagens em capitais como São Paulo, Rio e Curitiba.  Segurando foto de Kim, irmã acompanhou cortejo aos prantos (Foto: AFP) Morte A suspeita é que Kim tenha morrido por conta da inalação de gases. A Coreia do Sul tem uma das taxas de suicídio mais altas do mundo, número muitas vezes atribuído ao fato da sociedade ser muito competitiva e ter pouca tolerância para erros.

A carta de despedida de Kim foi entregue a uma amiga, a também música Nain9, que publicou o texto com autorização da família. "Estou quebrado por dentro. A depressão que lentamente foi me destruindo, já me devorou, e não consegui superá-la. É incrível o quanto dói. Ninguém está mais atormentado, nem debilitado do que eu", diz a carta escrita pelo vocalista. "Ser famoso provavelmente não era meu destino. Eles me dizem que por isso estou tendo dificuldades... Por que eu escolhi?". Não se sabe quando o texto foi escrito. Nas ruas, fãs enfrentaram frio para prestar última homenagem ao cantor (Foto: AFP) Kim foi o principal cantor da boy band Shinee, lançada em 2008. O grupo foi um dos maiores do K-pop. Depois, Kim seguiu em carreira solo. Ele também teve trabalhos no cinema e na TV.

Os últimos shows do cantor foram nos dias 9 e 10, em Seul, e uma atuação em um programa da TV sul-coreano estava programada para a véspera de Natal. Nas últimas semanas, ele chegou a sofrer ataques nas redes sociais por parte de grupos conservadores por ter dado apoio à causa LGBT. 

O grupo SHINee  com o álbum The SHINee world, e teve o sucesso alavancado em 2011, quando estourou no mercado japonês. Veja o clipe de Tell Me What To Do:

O sucesso da banda pode ser mensurado em plataformas de música como o Spotify, onde o grupo tem mais de 500 mil usuários mensais ouvindo alguma de suas canções. "View", maior hit do grupo, tem 13 milhões de audições.

Carreira e vida familiar Nascido em 8 de abril de 1990 em Seul, o cantor trabalhou desde 2005 como trainee de uma empresa de entretenimento sul-coreana. No ensino médio, chegou a participar de um grupo de punk e acabou abandonando a escola regular para participar do Seoul Music Institute, onde se graduou em 2009.

Ele se formou pela Universidade de Chungwoon e fez mestrado na Universidade de Myongji. Seu objetivo era se tornar compositor, mas ele também atuava como dançarino, cantor e DJ. Seu primeiro mini álbum solo foi batizado de "BASE" e chegou ao 1º lugar no ranking de músicas sul-coreanas. 

Filho de uma diretora de escola infantil, o cantor era o caçula da família. O pai era pouco mencionado - em entrevistas, ele revelou que viveu com a mãe os avós a maior parte da sua vida.