Estudante baleado em escola está com projétil ainda alojado no corpo

Adolescente segue internado no HGE sem previsão de alta

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  • Nilson Marinho

Publicado em 13 de setembro de 2018 às 09:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO

O estudante de 12 anos baleado na noite de terça-feira (11) durante uma aula de capoeira que acontecia em uma quadra poliesportiva utilizada por alunos da Escola Municipal Dr. João Pedro dos Santos e do Colégio Estadual de mesmo nome, na Avenida Bonocô, segue internado nesta quinta-feira (13) no Hospital Geral do Estado (HGE).

De acordo com familiares do estudante, ele tem estado de saúde estável. A vítima deu entrada na unidade de saúde no mesmo dia do crime cerca de 20 minutos depois de ter sido alvejado nas nádegas, por volta das 20h. 

Até o momento, garante uma das tias da vítima, não foi preciso fazer a cirurgia para a retirada de um projétil que está alojado no corpo do garoto. Ela afirmou que os médicos precisam tratar de algumas lesões antes de iniciar o procedimento.

A parente afirmou ainda que o estudante permanece abalado. Na manhã desta quarta-feira (12), familiares e vizinhos da vítima denunciaram que os tiros foram disparados contra o garoto por policiais militares durante uma ação dentro da unidade de ensino - o adolescente realizava aulas de capoeira com outros garotos. 

Versão policial No entanto, de acordo com a polícia, o próprio garoto teria dito aos PMs do Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto) que o disparo foi feito por suspeitos integrantes da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM). 

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), os policias da Peto faziam rondas nas imediações da Avenida Bonocô quando foram solicitados por populares para atender uma vítima de arma de fogo que estava no interior de uma escola. 

A versão policial é contestada pela família da vítima que diz que os PMs ao perceber que haviam baleado o garoto o induziram a afirmar que o crime teria sido feito por membros de uma facção criminosa. A família do adolescente ainda não procurou a Corregedoria de Polícia para formalizar a denúncia.

O adolescente, de acordo com relatos de testemunhas, teria apanhado antes de ser socorrido e levado no fundo da viatura até o HGE. A SSP-BA disse que o caso ainda está sendo investigado e que, até o momento, nenhum profissional foi afastado.

Pelo menos 50 pessoas participaram de um protesto, na noite desta quarta-feira, em frente ao Colégio Estadual e Municipal João Pedro dos Santos, na Avenida Bonocô, onde o estudante foi baleado.

Os manifestantes chegaram a fechar a via, uma das mais movimentadas de Salvador, por cerca de 20 minutos, mas, após intervenção da Polícia Militar, passaram a ocupar apenas duas das cinco faixas.

*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier