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Bairros periféricos têm pior índice por questões sociais, avalia professor da Ufba
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2020 às 11:44
- Atualizado há um ano
Os bairros com piores índice de isolamento social de Salvador são Jardim Cajazeiras, Jardim Santo Inácio, Pau da Lima, São Marcos, Arenoso e Sussuarana, segundo pesquisa do Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal da Bahia (ISC/Ufba) analisando o período de 23 de março a 27 de abril. Segundo a pesquisa, esses locais tíveram média de 48% de isolamento registrado.
As melhores taxas de adesão às medidas de distanciamento foram em Stella Maris, Graça, Vitória, Barra, Garcia e Pituba, com média de 57%.
O resultado mostra, destaca o ISC, como há adesão irregular entre os bairros, variadno de acordo com as condições de vida da população. O trabalho usou como base o Índice de Isolamento Social.
“Tendo em vista que parcela significativa da população encontra-se em contexto de vulnerabilidade social, foi necessário avaliar também esses indicadores para entender o grau de adesão ao isolamento social”, explica Marcio Natividade, professor do ISC e um dos autores do estudo.
Segundo o estudo, nenhuma área do município atingiu ainda o valor mínimo de isolamento recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que seria entre 60% e 70%. O último dado, de 27 de abril, mostra que Salvador apresentava 50,1% de isolamento. O maior percentual registrado na capital foi em 22 de abril (67%).
Na Bahia, o último índice apurado, no dia 25 de abril, mostrou uma taxa de 51,6% de isolamento. Já o maior valor registrado até agora no estado foi em 22 de março, quando chegou a 58,3%; e o menor, em 16 de abril (40%).
Os pesquisadores avaliam que vários fatores podem interferir na baixa adesão ao isolamento social nas áreas periféricas, incluindo maior necessidade de deslocamento da população para trabalhar, qualidade das habitações e prevalência do trabalho informal, entre outros.
“Pessoas com menor renda, além de mais expostas aos problemas financeiros ocasionados pela pandemia da covid-19, também estão mais vulneráveis a serem afetadas por problemas de saúde física e psicológicos associados à reclusão necessária no período de isolamento social”, avalia o professor.
Para o pesquisador, os dados mostram que ainda não é hora de flexibilização das medidas de isolamento. “Entendemos que não é o momento de flexibilização, visto que muito ainda precisa ser desenvolvido para garantir a redução no número de casos e o controle desta pandemia”, conclui.
As informações do estudo foram transformadas em uma nota técnica. O documento é assinado pelos pesquisadores Marcio Natividade, Kionna Bernardes, Juracy Bertoldo, Samilly Miranda, Marcos Pereira, Maria da Glória Teixeira, Humberto Livramento e Erika Aragão.