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Carol Aquino
Publicado em 23 de março de 2017 às 06:40
- Atualizado há 2 anos
Pesquisador Mitermayer Galvão aguarda mais de R$ 1,5 milhão para projeto(Foto: Betto Jr./CORREIO)Só no Instituto Gonçalo Moniz, braço da Fiocruz na Bahia, mais de R$ 12 milhões aguardam para serem liberados - entre eles, R$ 1,5 milhão de uma pesquisa do médico e pesquisador baiano Mitermayer Galvão Reis, que estudaria os efeitos do vírus da zika em bebês nascidos de mães expostas à doença: “A situação mais grave é a da microcefalia, mas ele pode desenvolver alterações oculares, neurológicas, auditivas, motoras, que, às vezes, podem passar despercebidas”.>
Reis, pesquisador baiano de renome internacional, ainda tem outra importante pesquisa que não saiu do papel. Ele aguarda o repasse de parte de R$ 930 mil para começar um estudo sobre esquistossomose em Salvador. Seriam analisados todos os mananciais hídricos da cidade para identificar caramujos contaminados com o verme Schistosoma.>
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Os benefícios do estudo, segundo o médico, seriam o mapeamento de área de risco da doença e o teste de um novo e mais preciso método de diagnóstico da enfermidade, através da análise da urina. “Os exames de fezes não são muito sensíveis, tanto que pedimos duas ou três amostras para fazer o diagnóstico”, explica.>
Há ainda quem dê um jeitinho para não colocar os projetos em risco. Aguardando recursos para concluir um estudo de cooperação internacional sobre os mecanismos de defesa sobre leishmaniose, a pesquisadora Valéria Borges foi fazendo arranjos para conseguir que a sua orientanda de doutorado, Nívea Farias Luz, conseguisse pelo menos ter material suficiente para concluir a pesquisa que daria origem à tese.>
Ela foi alocando recursos que sobraram de outros projetos, pedindo a colaboração de outros laboratórios parceiros para conseguir reagentes químicas e viabilizar a conclusão. Tanto esforço valeu a pena: o trabalho da estudante foi contemplado com o Prêmio Capes-Interfarma de Inovação e Pesquisa. >