Ex-deputado federal Jean Wyllys anuncia saída do PSOL e filiação ao PT

Baiano que vive em Barcelona diz que Lula é o único capaz de vencer Bolsonaro 

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  • Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2021 às 20:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Jose Cruz/Agencia Estado

O ex-deputado federal Jean Wyllys anunciou, em entrevista à Veja, que vai trocar de partido político. Na próxima segunda-feira (24), o baiano de 47 anos vai assinar a  filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT). Com isso, Jean deixa o PSOL, partido onde foi eleito três vezes para deputado federal pelo Rio de Janeiro.  A cerimônia online de filiação deve contar com as presenças dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, da deputada federal Gleisi Hoffmann, que preside o partido. Além de nomes internacionais da esquerda, como Geneviève Garrigos, ex-presidente da Anistia Internacional francesa; a prefeita de Barcelona, Ada Colau; o ativista de direitos LGBT James Green; a deputada Marisa Matias, do Parlamento Europeu; e Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, morta em março de 2018.   Exilado na Europa há mais de dois anos, após renunciar ao terceiro mandato como deputado por conta de ameaças, Jean comentou a decisão de retornar à política: “As pesquisas mostram que Lula é o único capaz de tirar Bolsonaro do poder. Agora é hora formar uma frente democrática, não fragmentá-la”.   Baiano de Alagoinhas, Jean vive em Barcelona, onde cursa doutorado em Ciências Políticas pela Universidade de Barcelona. Apesar da filiação, o ex-deputado diz que só pretende voltar ao Brasil quando sentir que sua integridade física não está em risco.    “Há quem diga que renunciei ao meu terceiro mandato e saí do país porque quis, mas a verdade é que estava sendo vítima de uma série de ataques. Fui obrigado a deixar o país porque a Marielle, minha amiga e companheira de partido que vivia na mesma cidade que eu, foi executada sem receber uma ameaça de morte sequer e eu tinha várias delas. O exílio tirou de mim o convívio com os amigos e a família”, disse à Veja.   O ex-parlamentar diz que não pretende voltar a se candidatar a um cargo eletivo nem pensa em ser nomeado para o governo, caso Lula vença a eleição do ano que vem. Segundo ele, a ideia é ajudar na elaboração de um programa de governo que se comprometa com a agenda econômica sustentável, a defesa dos Direitos Humanos e o combate à disseminação de fake news.   “Da política ampla não vou sair nunca, até porque sou um estudioso que analisa o que vem acontecendo no Brasil, mas não tenho o desejo de voltar a concorrer. Hoje, o que quero é ajudar a reconstruir o Brasil e abraçar a minha mãe”, diz.   Após a divulgação da entrevista, o ex-presidente Lula usou o Twitter para dar boas vindas ao novo colega de partido. "Seja bem vindo, companheiro", escreveu Lula.