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Ex-estagiária de ministro do STF é suspeita de ser informante de blogueiro bolsonarista 

Alexandre de Moraes ordenou que ela seja ouvida pela PF, que interceptou diálogos

  • D
  • Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2021 às 12:37

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Alessandro Dantas/PT No Senado

Uma estagiária que trabalhou no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), é suspeita de ser informante do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. A informação foi publicada em reportagem da Folha de S. Paulo desta quarta-feira (6). 

De acordo com o jornal, mensagens trocadas entre os dois mostram o blogueiro pedindo que a estudante ficasse como "informante" dele no STF. Ela respondeu que seria uma "honra" ajudá-lo. Os diálogos foram coletados pela Polícia Federal.

Após a reportagem, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que a estagiária seja ouvida pela PF. 

As mensagens estão no inquérito das fake news, que apura a disseminação de informações falsas. O documento foi compartilhado com a CPI da Covid no Senado.

Allan dos Santos, que hoje vive nos EUA, é um dos investigados do inquérito. Ele teve sigilo telefônico quebrado durante a investigação.

Segundo a jornalista Julia Duailibi, da GloboNews, os ministros do STF minimizam a situação. Afirmam que a hoje ex-estagiária não tinha acesso a nenhuma informação sensível para repassar.

Conversas Tatiana Garcia Bressan estagiou no gabinete de Lewandowski de 19 de julho de 2017 a 20 de janeiro de 2019, antes da abertura dos inquéritos contra Allan, em março daquele ano.  As conversas são de 23 de outubro de 2018 até 31 de março de 2020.

Nas conversas, Tatiana diz que tinha dificuldade em trabalhar com Lewandowski, mas estava lá "para aprender". O blogueiro então pede ajuda. "Fique como nossa informante lá", diz. "Será uma honra. Estou lá kkk", responde ela.

Allan quer saber o que de mais espantoso Tatiana já viu no gabinete. "O que vi de mais espantoso é que realmente eles decidem o que querem e como querem. Algumas decisões são modificadas porque alguém importante liga pro ministro", diz. Ela cita o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, como alguém que tinha "trânsito com quase todos os ministros" e cujas ligações eram prontamente atendidas.

A ex-estagiária mantém um perfil no Twitter em que posta mensagens contra ministros do STF, como Gilmar Mendes, e a Corte em geral. Durante os protestos golpistas do 7 de setembro, publicou uma foto de um homem segurando um cartaz, em inglês, que dizia: "Os verdadeiros ditadores estão no Supremo Tribunal Federal".

Procurada pela Folha, Tatiane negou ter sido informante. Afirmou que conhecia Allan porque ambos foram alunos de Olavo de Carvalho, mentor da direita bolsonarista. 

Em nota, o gabinete de Lewandowski disse que o minsitro atende telefones de autoridades da República "como de praxe" e que todas as decisões que ele toma "têm fundamentação constitucional e a eventual modificação delas ocorre por meio de recursos cabíveis, apresentados nos autos e julgados individual ou coletivamente (plenário ou turmas)".

A seleção para estagiário "ocorre sob supervisão da Secretaria de Recursos Humanos do Tribunal, por meio de oferta de vagas na plataforma do CIEE", diz a nota. A remuneração é de R$ 1.207 por mês.