Ex-ministro Pazuello é nomeado para novo cargo no governo Bolsonaro

General do Exército foi demitido do Ministério da Saúde em março

Publicado em 1 de junho de 2021 às 15:14

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, demitido em meio a críticas à gestão do governo na pandemia em março, está de volta ao governo de Jair Bolsonaro.  O Diário Oficial da União publicou nesta terça-feira (1º), em edição extra, a nomeação do ex-titular da Saúde como secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. As informações são do G1.

A volta de Pazuello ao governo ocorre dois meses e meio após sua demissão do cargo de ministério. Na sequência, Pazuello, que é general da ativa, voltou ao Exército. A nomeação ocorre após a abertura de uma apuração, pelo Exército, da participação de Pazuello em ato político de apoio a Bolsonaro, o que é vedado por regulamento militar.

A nomeação foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. Pazuello ficará subordinado no novo cargo ao almirante Flávio Rocha, atual secretário de Assuntos Estratégicos do governo. A SAE funciona no Palácio do Planalto.

A gestão de quase um ano no MS foi marcada por apoio ao uso da cloroquina, crise de abastecimento de medicamentos e oxigênio e recorde de mortes pela covid-19 no Brasil.

O militar foi o terceiro dos quatro ministros da Saúde nomeados por Bolsonaro durante a pandemia do novo coronavírus, iniciada em março de 2020. O general não tinha experiência prévia em saúde pública quando assumiu a pasta que cuidou da gestão da crise sanitária. Pazuello foi substituído pelo médico Marcelo Queiroga.

Bolsonaro sempre elogiou o trabalho do general como ministro e discutia, desde março, nomeá-lo para um cargo no Palácio do Planalto, o que se confirmou nesta terça.

A nomeação vem pouco mais de uma semana após ele participar do ato pró-Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Ameaçado de punição pela força armada, o general alegou que não participou de um ato político-partidário. O Exército ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

O ex-ministro também foi alvo de críticas ao depor na CPI da Covid. Ele foi acusado por senadores de mentir ou entrar em contradição em temas como atraso na compra de vacinas de diferentes laboratórios e recomendação do governo para o uso da hidroxicloroquina no tratamento da covid, medicamento cuja ineficácia é comprovada pela ciência.

A reconvocação de Pazuello para um novo depoimento na CPI foi aprovada por senadores membros da comissão na semana passada.