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Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2020 às 19:35
- Atualizado há 2 anos
Após ser expulso da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM) por deserção, o youtuber Gabriel Monteiro se reapresentou à coorporação nesta quarta-feira (5) e será reintegrado. A medida é prevista no regulamento interno da PM. De acordo com a PM, Monteiro "será reintegrado à tropa e responderá em liberdade pelo crime de deserção, assim como continuará incurso na Comissão de Revisão Disciplinar (CRD), instaurada contra ele anteriormente por quebra de hierarquia". O procedimento, porém, pode culminar na sua exclusão definitiva da corporação, segundo informações do jornal carioca Extra.>
A expulsão de Monteiro foi publicada no boletim da PM desta terça-feira (4). O soldado faltou o serviço para o qual foi escalado no dia 22 de julho deste ano e permaneceu até o dia 31 sem dar qualquer satisfação sobre seu paradeiro à corporação. Ao todo, ele completou oito dias ausente, o que configura o crime de deserção previsto no artigo 187 do Código Penal Militar.>
Segundo nota enviada pela PM, "o comando da unidade enviou viatura ao endereço do policial, diariamente, a partir do segundo dia de ausência, repetindo o procedimento até completar o prazo. Em nenhuma dessas visitas o policial foi localizado".>
Nesta quarta-feira (5), Monteiro alegou que estava de licença médica no período. A PM, entretanto, afirma que "o documento não foi apresentado pelo policial militar ao comando do 34º BPM".>
A corporação ainda acrescentou que o soldado, "por faltar ao serviço 52 vezes durante o período em que trabalhou efetivamente como militar e de cometer outras transgressões, recebeu conceito 'mau' em sua ficha disciplinar, a pior das cinco classificações previstas no regulamento da Corporação: excepcional, ótimo, bom, insuficiente e mau". Ainda segundo a corporação, desde que foi transferido para o 34º BPM, em março, Monteiro "foi escalado em 45 serviços, tendo faltado a 20 dentre os quais, apenas seis de forma justificada".>
Gabriel já respondia a um processo administrativo disciplinar desde março deste ano, ocasião em que teve o porte de arma suspenso. O soldado, que tem mais de três milhões de seguidores nas redes sociais e é conhecido por defender o governo Bolsonaro, cometeu uma "transgressão disciplinar de natureza grave", de acordo com a corregedoria da PM, ao tratar "de forma desrespeitosa" o ex-comandante geral da PM coronel Ibis Silva Pereira. O processo administrativo também poderia levar à expulsão de Gabriel.>
Confira a nota da PM na íntegra:>
No caso do referido policial militar, ele não se apresentou ao serviço no 34ºBPM (Magé) desde o dia 22 de julho. Seguindo o regulamento interno da Corporação, o comando da unidade enviou viatura ao endereço do policial, diariamente, a partir do segundo dia de ausência, repetindo o procedimento até completar o prazo. Em nenhuma dessas visitas o policial foi localizado.>
Em relação à licença médica que justificaria sua ausência, de acordo com informações que circulam nas redes sociais, o documento não foi apresentado pelo policial militar ao comando do 34º BPM. Este é o procedimento válido, conforme previsto no artigo 43 da Resolução 210 da Corporação.>
Na tarde desta quarta-feira (05/08), após a publicação de sua expulsão, o policial se apresentou na sede do 34°BPM.>
A partir deste fato, o Soldado Gabriel Monteiro será reintegrado à tropa e responderá em liberdade pelo crime de deserção, assim como continuará incurso na Comissão de Revisão Disciplinar (CRD), instaurada contra ele anteriormente por quebra de hierarquia.>
Vale ressaltar que, por faltar ao serviço 52 vezes durante o período em que trabalhou efetivamente como militar e de cometer outras transgressões, o referido Soldado recebeu conceito “mau” em sua ficha disciplinar, a pior das cinco classificações previstas no regulamento da Corporação: excepcional, ótimo, bom, insuficiente e mau.>
Acrescente-se ainda que o Soldado Gabriel foi apresentado no 34º BPM em 16 de março e que até o dia 30 de julho (data em que se consumou a sua deserção) foi escalado em 45 serviços, tendo faltado a 20 dentre os quais, apenas seis de forma justificada.>