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Polícia Federal investiga imunização clandestina; há suspeita que ela tenha aplicado soro
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2021 às 11:02
- Atualizado há um ano
A cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres, que aplicou o que seria vacina contra covid-19 em empresários do setor de transporte em Belo Horizonte, pode ter organizado outros esquemas para imunização clandestina.
A investigação do caso mostra que a mulher teve envolvimento em uma vacinação que aconteceu dentro de um condomínio de luxo na capital mineira, por três ocasiões, no mês de março. A informação foi divulgada pela TV Globo.
Em imagens gravadas no local, Cláudia aparece vestindo o jaleco branco e carregando duas sacolas que levariam imunizantes. O vídeo é do dia 17 de março, mas há também registros que a falsa enfermeira esteve no local nos dias 5 e 22 do mês passado.
A falsa enfermeira teria vacinado moradores de pelo menos três apartamentos, cobrando R$ 600 pelas duas doses - mesmo valor que teria sido pago pelos empresários.
Um dos moradores que teria sido imunizado é o empresário Marcelo Martins de Araújo, dono de um haras na Grande BH. No dia 5 de março, ele recebeu a primeira dose. Ele pode ter sido a pessoa que indicou os serviços da cuidadora para Rômulo Lessa, da Saritur.
Em depoimento, Rômulo contou à polícia que conseguiu o contato com Marcelo, de quem é amigo. Ele contou que passou por uma cirurgia e a demora da vacinação via SUS o deixou preocupado. Por isso, procurou uma maneira de se vacinar antes. Marcelo ainda vai ser ouvido.
Há indicativo de que a falsa enfermeira não aplicou realmente vacina nas pessoas. Substâncias encontradas na casa de Cláudia foram levadas para perícia e a análise de laboratório concluiu que o material encontrado era apenas soro fisiológico. Cláudia tem um histórico de golpes, com vários processos contra ela correndo na Justiça. Ela chegou a ser presa agora, mas o Tribunal Regional Federal (TRF-1) concedeu no sábado liberdade provisória a Cláudia.