Familiares de barbeiro morto no Imbuí fazem protesto na porta do DHPP

Ele pediam que a prisão temporária do autor dos disparos seja convertida em preventiva

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  • Gil Santos

Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 14:46

- Atualizado há um ano

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Familiares do barbeiro Lucas Souza de Araújo, 29 anos, assassinado pelo advogado José Geraldo Lucas Júnior, 27 anos, depois de uma discussão em um bar do Imbuí, no dia 24 de janeiro, fizeram uma manifestação na porta do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, nesta terça-feira (23).

Eles pediram que as prisões do advogado e de Jean, apontado como cúmplice dele, sejam convertidas de temporária para preventiva, assim, eles ficariam presos enquanto durasse as investigações. Com faixas e cartazes, familiares e amigos expressaram amor e saudade por Lucas e também cobraram mais celeridade no processo. 

A Polícia Civil informou que o inquérito desse caso foi finalizado e encaminhado para o Ministério Público da Bahia no dia 12 de fevereiro, e que o delegado responsável pediu que a prisão preventiva fosse decretada. José Geraldo foi denunciado por homicídio, e Jean por tentativa da homicídio.

Procurado, o Ministério Público Estadual afirmou que pediu a prisão preventiva dos dois acusados. A denúncia foi oferecida na segunda (22). A promotora de Justiça Ana Rita Cerqueira Nascimento aponta que o crime foi cometido por motivo torpe e sem possibilitar a defesa da vítima, pois os denunciados teriam agido por vingança motivada por desentendimento ocorrido minutos antes e agiram em posse de armas, enquanto a vítima estava desarmada.

“As imagens gravadas apresentam, em detalhes, a sequência dos fatos da ação criminosa e confirmam a autoria e a conduta dolosa dos denunciados”, afirma a promotora.

Na decisão, o juiz Vilebaldo Pereira, do 1º Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri, pontua que o delito atribuído aos denunciados “é considerado crime hediondo, podendo as testemunhas arroladas na denúncia virem a serem constrangidas ou sofrerem temor de depor em Juízo na busca da verdade”. O MPE afirma que o magistrado fundamentou a decretação da preventiva em razão da necessidade de garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal.

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Assassinato O crime aconteceu em um quiosque, na Praça do Canal, no Imbuí, onde Lucas estava com a esposa, o irmão e a cunhada. Segundo testemunhas, quando as mulheres levantaram para ir ao banheiro, um dos suspeitos teria 'mexido' com a esposa do barbeiro. Lucas então se aproximou para tirar satisfação, mas os dois brigaram. O homicídio aconteceu quando a família já estava indo embora e foi registrado pelas câmeras de segurança do local. 

Nas cenas, é possível ver José Geraldo à esquerda, de blusa branca, conversando com um rapaz de regata preta. Lucas, de blusa vermelha, está no ponto direito da cena com outras pessoas. Até que o advogado sai andando na direção do grupo, aparentemente tentando dar um soco em alguém. Depois, José Geraldo dá passos para trás e saca a arma, enquanto Lucas e o irmão, Lauro, vão na direção dele. Alguém arremessa uma cadeira. O advogado atira e Lucas cai. Os clientes correm. José Geraldo ainda pega algo no chão e também sai do local. Marisa, esposa de Lucas, volta para socorrê-lo.

Lucas foi baleado na cabeça e no peito e morreu no local. O advogado José Geraldo, autor dos três disparos que atingiram a vítima, e o cúmplice, identificado apenas como Jean, se entregaram à polícia quatro dias depois e apresentaram a pistola 9 milímetros que teria sido usada para matar o barbeiro. 

Os dois tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça. O prazo da prisão é de 30 dias, com possibilidade de prorrogação por mais um mês. O delegado José Bezerra, responsável pela investigação, informou na época da prisão que Geraldo teria sido o autor dos disparos e Jean, cúmplice do ato criminoso.

*com colaboração do repórter Vinícius Nascimento