Famosos se solidarizam com Klara Castanho após relato de estupro e gravidez

Atriz revelou que doou bebê para adoção direta

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  • Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2022 às 14:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Artistas usaram as redes sociais para se solidarizar com a atriz Klara Castanho, 21 anos, que fez um relato ontem em que contou que foi estuprada, engravidou e doou o bebê para adoção direta. A revelação de Klara veio após dias com seu nome envolto em boatos e críticas.

Amiga de Klara há anos, a apresentadora e atriz Maisa usou o Twitter para deixar seu apoio. "Te amo pra sempre. Estou com você", escreveu. Depois, ela fez um novo post. "Amor que transborda. Sorte a nossa e azar de quem desconhece tal sentimento. Pra o que der e vier. e dessa vez não estamos em poucos. Te amam e apoiam. Porque você merece. Queria que te vissem como eu te vejo", escreveu.

A atriz Paolla Oliveira, que viveu a mãe da personagem de Klara em Amor à Vida, de 2013, também escreveu uma mensagem. "Filhota, você é muito especial e eu estarei sempre ao seu lado. Você é maior do que qualquer um ou uma que queira se promover ou promover o ódio com seu nome. Amo você. Sinta meu abraço. Sinta-se acolhida por todos que te respeitam. É o que importa sempre, focar no respeito, amor e na justiça".

Tais Araújo destacou que mandou uma mensagem privada para Klara, mas disse que se achou na obrigação de "acolher publicamente" a atriz, "já que a violência que sofreu e sua dor tornaram-se públicas sem que fosse um desejo seu, sem que fosse garantido o seu direito à privacidade".

"Te conheço desde de criança, conheço sua mãe, sua família e tenho muito respeito e amor por vocês. Se cuide, se proteja e se preserve. Todo meu amor e respeito", escreveu. 

Giovanna Antonelli foi outra atriz a se manifestar. "Klara,você tão rara e tão menina quando conheci... Sempre imaginava que se um dia tivesse filhas queria que fossem como você. Doce, inteligente, Bom caráter talentosa e cheia de personalidade! Conte com meu amor sempre, em meio a um mundo tão hostil a nossa volta. Te amo".

Camila Pitanga lamentou o sofrimento pelo qual a atriz passa agora. "Klarinha, sinto muito por todo sofrimento e violências que fizeram você passar e agora reviver. Você merece todo afeto e acolhimento. Estou aqui pra você. Estamos todas e todas que acreditam no amor e respeito. Muito amor a você".

A atriz Flávia Alessandra foi outra a escrever uma mensagem para Klara no Twitter. "Todo meu amor e respeito por você. Menina doce e talentosa. Não posso nem imaginar a dor que você sentiu e está sentindo ainda. Sinta-se abraçada por mim e pela minha família"

Carol Castro fez um post no Instagram compartilhando uma foto com Klara na Colômbia. Ela escreveu que naquela época não imaginava a violência pela qual a colega tinha passado e nem o que viria a seguir. "Lamento muito o que você está passando nesse momento.. Esse turbilhão, toda essa exposição de um assunto delicado, doloroso e que deveria, SIM, ser só seu e de sua família", escreveu. "Todo meu amor, Klarinha. E todo meu acolhimento", continuou, dizendo estar em choque. 

O humorista Bruno Mazzeo também prestou solidariedade e lamentou o comportamento de pessoas "covardes e pequenas" em relação ao caso. "Sou homem. Incapaz de sentir na pele a dor de um estupro. O que não me impede de ter a certeza de que ela é dilacerante, causa marcas profundas e cicatrizes eternas. Eu sinto muito, Klarinha. Às pessoas covardes e pequenas me parece impossível pedir empatia...", escreveu o ator no Instagram.

O apresentador Otaviano Costa deixou "todo meu amor e respeito" à atriz. "Você é uma garota maravilhosa! Sinta-se fortemente abraçada e acolhida por todos nós aqui de casa, menina linda", escreveu.

Carta aberta A atriz Klara Castanho se pronunciou neste sábado (25) confirmando que engravidou após um estupro e que a criança foi entregue para adoção. A artista publicou um texto nas redes sociais depois que seu nome foi parar nos assuntos mais comentados em meio a boatos.

No relato, Klara diz ainda que sofreu com descaso da equipe médica e das enfermeiras que ajudaram no parto.

A apresentadora Antonia Fontenelle foi quem começou a revelar a história, ao usar as redes sociais para afirmar que uma ex-atriz mirim da Globo havia tido um filho e entregado para adoção. Ela criticou a jovem, afirmando que ela "não quis olhar para o rosto da criança". Fontenelle disse ainda que a atriz, que ela não divulgou o nome, chegou a implorar para o colunista Leo Dias, do Metrópoles, não publicar a informação. Há cerca de uma semana, em entrevista a Danilo Gentili, Leo Dias parece fazer alusão ao caso, sem dar detalhes, nem citar nomes. "O karma vai ser pesado", disse ele. "Envolve vidas".

A carta aberta de Klara começa dizendo que esse é o relato mais difícil que ela já fez na vida. "Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. Sempre mantive a minha vida afetiva privada, assim, expô-la dessa maneira é algo que me apavora e remexe dores profundas e recentes. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada".

A atriz afirmou que o estupro aconteceu quando estava longe da família, amigos e da sua cidade. "Não, eu não fiz boletim de ocorrência. Tive muita vergonha, me senti culpada. Tive a ilusão de que se eu fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse, superasse", continuou.

Ela contou que tomou pílula do dia seguinte e fez alguns exames, mas continuou no seu cotidiano se sentindo "despedaçada". Meses depois, ela começou a passar mal e descobriu que estava grávida, quase no término da gestação. "Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Não tinha ganhado peso e nem barriga", descreveu. Ela conta que ao fazer o exame se sentiu "novamente violada, novamente culpada".

Klara diz que revelou ao médico o que tinha acontecido e ele não teve "nenhuma empatia por mim". O profissional fez um discurso dizendo que ela seria obrigada a amar a criança. 

Ela diz que o atendimento do médico foi a primeira de uma série de violências que sofreu a partir da descoberta. "Eu ainda estava tentando juntar os cacos quando tive que lidar com a informação de ter um bebê. Um bebê fruto de uma violência que me destruiu como mulher. Eu não tinha (e não tenho) condições emocionais de dar para essa criança o amor, o cuidado e tudo o que ela merece ter", escreveu.

Sabendo que faltava pouco para o parto, Klara conta que tomou a decisão de entregar a criança para adoção. Ela seguiu uma série de etapas obrigatórias, em processo que é sigiloso pela lei. 

No dia do parto, ela diz que uma enfermeira a abordou dizendo "Imagina se tal colunista descobre essa história". Ao chegar no quarto, ela já havia recebido mensagens do colunistas, diz, sem citar nomes. "Eu conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar", diz. Dias depois, outro colunista a procurou para saber se ela estava grávida, conta. "Apenas o fato de eles saberem, mostra que os profissionais que deveriam ter me protegido em um momento de extrema dor e vulnerabilidade, que têm a obrigação legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos, nem tiveram respeito por mim e nem pela criança".

A atriz afirmou que a notícia foi divulgada com informações erradas e "ilações mentirosas e cruéis". "Vocês não têm noção da dor que eu sinto. Tudo o que fiz foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo está documentado e de acordo com a lei", escreveu.

A atriz finaliza dizendo que está recebendo apoio da família e que vai tentar se reconstruir da violência que sofreu. Ela ressalta que "entregar uma criança em adoção não é um crime" e pede privacidade.