Fazendeiro estava abrigando e alimentando Lázaro, diz caseiro preso

Ele chegou a proibir entrada dos policiais na propriedade; ambos foram presos

Publicado em 25 de junho de 2021 às 13:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O caseiro preso suspeito de ajudar na fuga de Lázaro Barbosa afirmou que o foragido dormia há cinco dias na fazenda em que ele trabalhava, na zona rural de Girassol (GO). A força-tarefa que busca por Lázaro, acusado de matar uma família em Ceilândia, foi proibida pelo dono de entrar na fazenda. O proprietário Elmi Caetano Evangelista, 74 e o caseiro Alan Reis de Santana, 33 anos, foram presos pela polícia.

Segundo a polícia, eles vão responder por favorecimento pessoal e posse de arma de fogo, por conta de espingardas e munições localizadas no local.

As equipes receberam denúncia de que Lázaro poderia estar em uma fazenda da região. Na quarta, os policiais foram até lá e o dono da fazenda não autorizou que entrassem para as buscas. No dia seguinte, as equipes voltaram e conseguiram entrar.

O caseiro afirmou que o dono estava ajudando Lázaro, permitindo que ele dormisse na casa e dando comida para o fugitivo. O fazendeiro preferiu não falar no depoimento.

O advogado Ilvan Silva Barbosa nega que os clientes tenham ligação com Lázaro. Segundo ele, o caseiro acha que viu alguém parecido com o fugitivo. O proprietário nega tudo.

Na sexta (18), conta o caseiro, o patrão deu ordem para que ele não permitisse entrada de policiais no local. Desde o dia, ouvia o fazendeiro chamar por Lázaro na hora do almoço, depois de preparar a comida. À noite, viu o foragido mancando na área da churrasqueira. Ele diz que perguntou ao patrão o que estava acontecendo e ele disse que o funcionário estava "imaginando coisas".

No final de semana, o caseiro não trabalhou, mas notou na segunda que faltava pão e leite. Na quarta, ele contou que foi ameaçado pelo fugitivo para que não revelasse a ninguém da sua presença. “Se você falar para alguém que eu estou aqui, eu vou pegar a sua família. Eu sei onde a sua família mora”, teria dito Lázaro.

Ele conta que chegou cedo para trabalhar na quinta, encontrando o patrão e o filho na fazenda. O caseiro diz que o fazendeiro mandou que ele fosse até o córrego porque a bomba estaria estragada, mas ao chegar notou que estava tudo normal com o equipamento. Ele acredita que a ordem serviu somente para afastá-lo da sede.

Nesse mesmo dia, ele conta que viu Lázaro correndo para se esconder. Pouco depois, notou a chegada da polícia e disse que não podia permitir que entrassem. Um helicóptero sobrevoou a região logo depois. O boletim de ocorrência registrou que ele disse que não informou que Lázaro estava ali porque havia sido ameaçado.

Depois, novas equipes foram até lá e notaram um vulto em mata próxima. Dessa vez, o funcionário disse que se tratava do fugitivo, que no entanto ainda não foi localizado. Ele contou ainda que o patrão deixou as portas da fazenda abertas nos últimos 3 dias, como se esperasse que alguém entrasse.

O caseiro diz que Lázaro está usando roupas todas pretas: camisa social, calça colada ao corpo, calçado (tênis ou bota) e um boné da Oakley.

Prisão O secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, afirmou que logo depois de serem presos tanto o caseiro quanto o fazendeiro confessaram que estavam ajudando Lázaro. 

"Prendemos duas pessoas que estavam auxiliando ele nas fugas, principalmente a se esconder da ação policial. Eles estão sendo autuados agora por porte ilegal de arma de fogo e por facilitação da fuga", disse, em coletiva.

Uma das armas achadas na fazenda a polícia acredita que foi furtada por Lázaro em outra residência. "Ele foi visto em algumas propriedades com essa garrucha na mão, com essa arma, uma espingardinha", diz o secretário.