Fé antiga, novos milagres...

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  • D
  • Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2019 às 09:35

- Atualizado há um ano

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Hoje eu acordei com a sensação de que realmente a gente precisa acabar com esse Brasil e fazer outro. Mas isso só virá pela revolução, e que não tenho certeza nenhuma de que chegará. Digo isso porque vejo o que todo mundo deve ter visto e entendido que teremos pela frente mais 3,5 anos nessa penúria de governo que prima pela desumanização do povo brasileiro. Isso não é novidade -  pior, é a escolha do povo.

Que a revolução no Brasil só virá pelas mãos dos negros, homens e mulheres, favelados de todas os tons de pele e proletariados é a única certeza que tenho. Mas esses não tem mais forças nem discernimento, seque, do que compõe uma revolução porque lhes foram tirados os direitos de acessar os direitos básicos que garantiriam o entendimento da própria vida, da vida comunitária e assim,assimilar o que é a nação.

Já cansei de falar em entrevistas e palestras, em rodas de amigos e em outros papos sobre a cultura brasileira e, às vezes, me parece que caímos no mais do mesmo. Parece que a cultura é algo que só interessa aos envolvidos ativamente por ela, os artistas. As pessoas esquecem que ela está ligada à educação como mecanismo, ferramenta facilitadora e transformadora. As pessoas sequer sabem que a escola é o momento institucional da cultura. Se não sabem disso como vamos revolucionar num país em que a liberdade de criar e expressar, garantida pela constituição, não vale de nada. O que deveria ser um prazer para os artistas e a nação é um penar por sobrevivência.

Mexendo num outro pilar, o esporte, vi o Vitória descer a ladeira para a terceira divisão sem freio. Comecei a pensar que até essa alegria que a gente tinha de torcer pelo que “sabíamos fazer de melhor” está num buraco sem fim. O esporte brasileiro está sucateado e continua pretensioso por ter os mesmos comandantes e modus operandi financeiro do passado, deixando claro que os pequenos continuarão pequenos e os grandes times continuarão fazendo o que quiserem com quem quiser. Ao invés de investir no futebol feminino, que tem dado sinais de vitalidade, talento e um respiro para as nossas torcidas, investe-se em times masculinos que não têm mais graça nenhuma, jogadores marmoteiros criados em playground sem a malandragem que o futebol precisa e que a cada chute olha para o telão para ver se não desarrumou o cabelo patrocinado.

Não vou falar dos esportes olímpicos para não aumentar o caldo, mas há de se pensar que quando estiver chegando as Olimpíadas os dirigentes e diretores sairão corendo para preparar em 6 meses alguém para representar, mal e aos trancos e barrancos, o nosso país. BaVi nacional só em 2022 se o Bahia não cair também e trocar de divisão com o Vitória. Os torcedores não sabem fazer a revolução não indo aos estádios e exigindo que se tenha seriedade e transparência na hora de contratar os atletas.

Por outro lado, o pilar da fé continua a todo vapor, iludindo a massa e avançando numa cavalgada sem fim para o céu dos pastores e padres. As igrejas continuam mantendo a fé antiga como salvação para os problemas que “Deus” não está nem aí. Os dízimos e ofertórios são símbolos de falta de noção dos fiéis que sequer conseguem pensar na possibilidade de que nenhum pastor ou padre anda de ônibus ou Gol 1000, para não dizer Fusca, e aquele que ainda não anda de carro zero km tem a pretensão de angariar o suficiente para o feito. “...Ah, mas esse dinheiro é para pagar os pecados ou ajudar a igreja garantir o meu lugar no reino dos céus...” Ora, se é bom pagar o terreno no céu porque estes líderes não compram os deles antes de adquirir bens terrenos e usufruir das regalias que os seguimentos cristãos oferecem?

De política não preciso ir muito longe. Basta perguntar à grande massa que é impedida de ter educação, cultura e saúde física e mental o que compete a um deputado, senador, ministro...Nem vou falar presidente, prefeito e vereador.

E essa responsabilidade não é só da grande massa usurpada dos direitos básicos. É impressionante como a classe dominante também não tem noção da realidade brasileira e prima pela burra opção de viver melhor que os pobres e às custas da miséria alheia.

Enfim, a revolução é necessária e urgente mas antes precisamos entender que os pilares dessa nação estão absolutamente corroídos pela desonestidade, desumanidade e perversidade, levando-nos a crer que a fé antiga fará novos milagres. Nunca.