Festa da Independência leva multidão ao Centro de Salvador; veja fotos

Prefeito e governador participaram da cerimônia de hasteamento da bandeira

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  • Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2019 às 11:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

O Largo dos Aflitos não era largo o sufiente, e o entorno do Campo Grande ficou pequeno para receber cerca de sete mil pessoas - sendo quatro mil militares e três mil civis, de acordo com estimativas da Prefeitura -, na manhã deste sábado (7), para as comemorações pela Independência do Brasil, no Centro de Salvador. 

Destaque para o grande número de crianças que, em família, cumpriram o dever cívico com bastante animação durante a passagem das forças armadas e entidades civis. Veja galeria de imagens.

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Pela primeira vez, os gêmeos Juan e Luan Carvalho, de 6 anos, assistiram o desfile que eles só costumavam ver pela televisão no jornal de meio-dia. “Eles se empolgaram mais com o momento das motos. Mas a gente sabe o quanto é importante entender a história de perto”, afirma a tia dos meninos, Nívea Lima de 30 anos, que junto com o marido Antônio tiraram as crianças de casa para marcar presença no desfile cívico em comemoração à Independência do Brasil. 

Os meninos vão lembrar deste dia, assim como o aposentado Josias Ramalho Santos, de 84 anos, que acompanha o desfile desde a década de 50, como faz questão de contar: “Eu lembro muito da minha infância. Porque eu estudei em  colégio militar. Mas, como baiano eu gosto muito também do caboclo e do 2 de julho”, afirma. 

Para o comerciante Juscelino Mendonça, o desfile é mais que uma tradição. É uma questão de respeito à história. “Essa independência não veio fácil. É um momento que mostra que existe ordem, patriotismo e respeito a pátria. As pessoas não podem deixar de acreditar nisso”.

Autoridades

Entre as autoridades presentes no evento que começou na Praça Dois de Julho, onde o monumento à Independência foi reinugurado na véspera, estavam o prefeito ACM Neto e o governador Rui Costa, além dos presidentes da Câmara Municipal, Geraldo Júnior, e da Assembleia Legislativa da Bahia, Nelson Leal, e o comandante da 6ª Região Militar, general Marcos André da Silva Alvim.

O tradicional desfile, que seguiu pela Avenida Sete de Setembro (em obras de requalificação), teve início com o hasteamento das bandeiras do país, da Bahia e de Salvador e execução do Hino Nacional. Logo depois, houve a apresentação da tropa ao comandante do desfile militar, coronel Luiz Eduardo Possídio Santos, e a revista pelo general Silva Alvim. 

Participam dos desfiles membros da Marinha, Exército, Aeronáutica, Polícia Militar, Bombeiros, Polícia Civil, Salvamar, Guarda Civil Municipal (GCM), SAMU e outras entidades civis. Entre os veículos presentes, inclusive militares, despertando a curiosidade do público presente, estimado em três mil pessoas, se apresentam 138 viaturas e 50 motocicletas. Somente da GCM, foram 350 representantes para celebrar a data. 

O prefeito ACM Neto comemorou a grande presença do público nos atos cívicos e falou que é o momento de o Brasil voltar a crescer. "Estamos mantendo hoje a tradição, quando os baianos vão para as ruas para mostrar seu compromisso cívico e seu carinho com o Brasil, na esperança de um futuro sempre melhor. O Brasil precisa viver um novo momento, de retomada, de crescimento, de geração de emprego e melhoria da qualidade de vida das pessoas. Hoje também é um momento de renovar esses sentimentos. E os baianos estão mais uma vez mostrando isso", disse o gestor municipal.

O governador Rui Costa também falou sobre o futuro do país, ao comemorar os 197 anos da Independência. “É hora de pensar num Brasil que ofereça qualidade de vida à sua gente, um país que una e integre o povo brasileiro das diversas regiões, culturas, e até preferências políticas, mas o Brasil tem que caminhar unido pra superar os seus desafios. E o 7 de setembro é sempre uma data de reflexão sobre os próximos passos que o Brasil pode dar na direção de melhorar a vida de seu povo”, declarou.

"Essa é uma festa democrática, com presença de crianças, de famílias, que participam ativamente. É uma aula de patriotismo fora de sala de aula, na rua, e que une civis e militares", complementou o coronel Silva Alvim.

Sem cortes

Após a passagem das forças armadas e entidades civis, a mesma avenida deu lugar a uma manifestação contra os cortes públicos na educação. O ato integra o Grito dos Excluídos. Vestidos de preto, lideranças de movimentos sociais, sindicais, estudantes e cientistas iniciaram uma marcha de cerca de duas horas até a Praça Castro Alves.  

“Os cortes nas bolsas são muito perigosos, tenho muito medo”, defende a estudante Marina Pereira, de 16 anos, que acompanhou o protesto. 

As manifestações aconteceram também em outras cidades do país como São Paulo, Recife e Belo Horizonte. “Nós temos sonhos, objetivos e com todo esse ataque a educação, ciência, ao meio ambiente a ao povo trabalhador, temos que vir para rua lutar se quisermos estudar”, completa a estudante.