Filha de Constantino comenta fala do pai sobre estupro: 'Abalada'

Ela defendeu jornalista e diz que tem certeza que ele a apoiaria

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  • Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 12:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Istoé

A filha do jornalista Rodrigo Constantino, Laura, divulgou um vídeo nas redes sociais dizendo que ficou "muito abalada" com a repercussão do comentário do pai durante uma live da rádio Jovem Pan. Falando do caso de Mariana Ferrer, Rodrigo destacou que nas circunstâncias em que o estupro aconteceu, não teria denunciado se fosse sua filha - e ainda a deixaria de castigo. Ele foi demitido pela Jovem Pan após a fala.

“Eu fiquei muito na dúvida se gravava um vídeo ou não, porque não gosto de me envolver em polêmica, mas eu recebi muitas mensagens hoje de amigos e pessoas que não conheço falando sobre o que aconteceu em relação ao meu pai, e realmente me deixou muito abalada”, começou Laura.

“Ele falou que se a filha dele, que sou eu, fosse estuprada, que não iria denunciar o crime, que ele iria me colocar de castigo. Isso me afetou muito, porque eu conheço o meu pai, eu sei que é uma pessoa que tem caráter, que é contra o estupro, como qualquer pessoa que tem caráter é”, continua a jovem.

Laura diz ter certeza que o pai ficaria ao seu lado em situação similar, por ser uma pessoa de caráter. “Ele iria atrás de quem cometeu esse crime, denunciaria essa pessoa, porque qualquer pessoa, qualquer pai que tem caráter iria fazer isso, uma pessoa boa iria fazer isso”, disse. “Ter que ler uma coisa assim do meu pai realmente me abalou muito”, repetiu a jovem. “Eu só precisava falar isso, porque ter que ler tanta gente falando que eu tenho um pai que é a favor do estupro e coisas assim não tem como, porque eu sei que ele não é isso”, completou.

No comentário, Constantino diz que dá "boa educação" para a filha para que ela nunca chegue contando história similar a de Mariana. “Se minha filha chegar em casa, isola (bate na madeira)... Mas se a minha filha chegar em casa —e eu dou boa educação para que isso não aconteça, mas a gente nunca controla tudo—, se ela chegar em casa um dia dizendo: ‘Pai, fui para uma festinha, ah, fui estuprada’. (Perguntaria): ‘Me dá as circunstâncias’. ‘Ah, fui para uma festinha, eu e três amigas, tinha 18 homens, nós bebemos muito e eu estava ficando com dois caras, e eu acabei dormindo lá e eu fui abusada’.”

O comentarista diz que "existe mulher decente e piranha" e ataca as feministas, dizendo que se tratam de recalcadas. “Ela vai ficar de castigo feio e eu não vou denunciar um cara desses para a polícia”, disse. “É um comportamento absolutamente condenável. Só que a gente não pode mais falar essas coisas hoje em dia. Que existe mulher decente também ou piranha. Porque eu acabei de falar que o homem que faz uma coisa dessas não é decente, mas não existe também a ideia de mulher decente? As feministas querem que não. Por quê? Porque feminista é tudo recalcada, ressentida e normalmente mocreia, vadia, odeia homem, odeia união estável, casamento... odeia tudo isso.”

Demissão Com a repercussão do comentário, Rodrigo foi demitido da rádio Jovem Pan. Ele usou o Twitter para afirmar que sofria perseguição e que teve sua fala distorcida, além de agradecer à rádio por todos os anos em que colaborou lá. “Vcs venceram uma batalha, parabéns! A pressão foi tão grande sobre a Jovem Pan, DISTORCENDO CLARAMENTE MINHA FALA, que não resistiram. Não os culpo. É do jogo. Quem me conhece e quem viu de fato sabe que eu jamais faria apologia ao estupro! Mas desde já estou fora da Jovem Pan”, disse.

“Sou muito grato por tudo que a Jovem Pan fez, pelo espaço livre, pela confiança. Foi um período de trabalho intenso, muitas conquistas e crescimento”, completou.