Filho de Eliza Samudio questiona morte da mãe: 'Quer ficar cara a cara com o pai'

Avó conta que menino de 11 anos sente culpa pelo crime

Publicado em 11 de junho de 2021 às 14:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Filho do goleiro Bruno Fernandes e de Eliza Samudio, Bruninho Samudio tem hoje 11 anos e tem vontade de ficar frente a frente com o pai, que foi condenado pela morte da mãe do menino. O garoto vive em Campo Grande (MS) com os avós maternos.

“Dia desses, ele me questionou sobre a morte da mãe porque se sente culpado pelo crime. Nunca tinha visto ele se revoltar ou ficar tão abalado. Vi meu neto socar o colchão dele com força... Disse que ele não é culpado de nada. O único culpado nessa história é o pai”, contou a avó, Sônia Moura, ao Extra. 

Ela acrescenta que Bruninho falou em conhecer o pai. “Pela primeira vez ele manifestou a vontade de conhecer Bruno. Mas diz que esse dia só vai chegar quando puder estar na mesma altura que ele, para olhá-lo nos olhos”.

Com 1,65m, Bruninho treina futebol em uma escolinha de futebol e é, curiosamente, goleiro nas categorias sub-11 e sub-13. A avó diz que Eliza também gostava de futebol e atuava no gol.

“Ninguém sabe, mas a Eliza foi goleira na escola também. Desde os 8 anos, ela era apaixonada por futebol, sonhava jogar profissionalmente e conhecer seu ídolo, Rogério Ceni, que também é o do meu neto”, afirma. “Eu reneguei muito essa vontade dele ser goleiro. Mas não posso interferir no que ele quer e tem aptidão. Até tentei o karatê. Ele é faixa laranja. Mas o futebol fala mais alto. Ele é são-paulino como a mãe”.

Com o crime completando 11 anos, Sônia diz que a Justiça nunca consegue citar Bruno em relação à pensão alimentícia de Bruninho e até hoje o atleta não pagou nada para a criança. " Tentei receber para meu neto o auxílio reclusão que os filhos de preso têm direito e isso também foi negado. Todos os direitos do Bruninho foram violados desde antes de seu nascimento".

A criança faz terapia uma vez por semana. Todos os custos da criação de Bruninho são pagos pelo avô, que é tapeceiro. Dona Sônia diz que a situação ficou mais complicada na pandemia, mas que continua a viver pelo neto. "Eu tinha muito medo de ele ficar sozinho e de fazerem algo com ele. Protejo mesmo”, explica.