Filme repetido: veja os motivos que levaram o Bahia ao rebaixamento à Série B

Esquadrão vai jogar a segunda divisão em 2022

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 10 de dezembro de 2021 às 10:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

A derrota para o Fortaleza, por 2x1, no Castelão, nesta quinta-feira (9), selou a queda do Bahia para a segunda divisão. Pela quarta vez seguida nos seus 90 anos de história, o tricolor sentiu o gosto amargo da queda. 

Apesar de ter chegado vivo até a última rodada do Brasileirão sustentado a permanência até os 33 minutos do segundo tempo - quando levou a virada do Fortaleza -, o rebaixamento do tricolor foi construído bem antes, ao longo de toda a temporada. 

O CORREIO levantou alguns pontos que ajudaram no descenso da equipe. Confira:

Constante luta na parte de baixo da tabela Nos últimos anos o Esquadrão não conseguiu o protagonismo que se esperava na Série A. Pelo contrário. Ano após ano a luta do tricolor aconteceu  na parte de baixo da tabela. 

Em 2019, o time foi salvo da queda graças ao bom desempenho que conseguiu durante o primeiro turno, quando terminou em sétimo lugar e chegou a sonhar com vaga na Libertadores. Na segunda metade, no entanto, a equipe teve uma queda drástica no seu desempenho e venceu apenas quatro dos 19 jogos. 

O momento ruim da segunda parte do Brasileirão de 2019 continuou em 2020. O time só se livrou do risco de rebaixamento na penúltima rodada, quando venceu o Fortaleza por 4x0, fora de casa, e contou com empates de Vasco e Goiás para não ser mais alcançado pelos últimos colocados. Bahia não resistiu ao segundo ano lutando contra a degola e foi rebaixado (Foto: Kely Pereira/Estadão Conteúdo) Erros no futebol Para 2021, a promessa do Bahia era de reformulação no elenco para fazer uma campanha segura na Série A e dar o passo a mais esperado pelos tricolores. O foco no futebol, aliás, foi usado como mote de campanha durante a reeleição de Guilherme Bellintani na presidência do clube, no final de 2020. 

No entanto, poucas contratações feitas pelo departamento de futebol vingaram. Jogadores como Matheus Galdezani, Pablo, Oscar Ruiz e Thonny Anderson não deram resultado e foram afastados antes mesmo do fim da temporada. O mesmo aconteceu com o zagueiro Lucas Fonseca. Antigo capitão, o defensor nunca teve a sua situação explicada pelo Bahia. 

Já outros atletas também não conseguiram se provar em campo e ficaram esquecidos no grupo. Foram os casos de Jonas, Maycon Douglas, Ligger, Luizão e Isnado.  Matheus Galdezani não rendeu o esperado e foi embora antes do fim da temporada (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) Um outro caso curioso foi o do atacante Marcelo Cirino. Contratado em setembro, o jogador não disputa uma partida há mais de um ano e se recuperava de uma cirurgia no joelho. Cirino sequer entrou em campo com a camisa do Bahia em 2021. O máximo que ele conseguiu foi ficar no banco de reservas nas partidas contra Atlético-MG e Fluminense. O jogador tem contrato com o tricolor até o final de 2023.     

Falha na escolha do treinador A diretoria de futebol, comandada por Lucas Drubscky e Júnior Chávare, também pecou quando o assunto foi a comissão técnica. O clube teve três treinadores na temporada. Além de Dado Cavalcanti e Guto Ferreira, o argentino Diego Dabove comandou a equipe na Série A. A escolha pelo estrangeiro se mostrou totalmente equivocada.

Dabove esteve à frente do Esquadrão em seis partidas e acabou demitido com apenas 28% de aproveitamento. Internamente o método do argentino não agradou aos jogadores. Dabove realizava poucos treinos táticos e focava mais na parte física dos atletas. O critério para escolha dos titulares também não era muito claro.

Longos períodos sem vencer Entre o segundo turno de 2019 e a temporada 2021, o Bahia amargou longos períodos sem vencer no Campeonato Brasileiro. Na atual edição, a equipe ficou oito jogos seguidos sem saber o que é vencer. Foram sete derrotas e um empate. O desempenho ruim fez a equipe queimar a gordura acumulada nas primeiras rodadas do torneio. 

Inconsistência defensiva Um outro ponto que tirou o sono dos tricolores foi a defesa. Por dois anos seguidos o Bahia esteve entre os times mais vazados do Campeonato Brasileiro. Se em 2020 a equipe levou 59 gols e ficou à frente apenas dos rebaixados Goiás e Botafogo, em 2021 a história se repetiu. Com 51 gols sofridos, o Esquadrão foi o dono da segunda pior defesa, junto com o também rebaixado Grêmio. As duas equipes foram superadas negativamente apenas pela Chapecoense, lanterna do Brasileirão, que levou 67 tentos. 

Atraso nos salários Em 2021 o Bahia voltou a conviver com outro problema: o atraso nos salários.   Por conta da falta de pagamentos, os jogadores chegaram a fazer protesto e não falaram com a imprensa na semana e no dia do jogo contra o Internacional, em Porto Alegre. A ideia dos atletas era de não concentrar nas partidas em Salvador até que a situação fosse regularizada. O Bahia conseguiu efetuar os pagamentos e a ausência da concentração não foi confirmada.