Flordelis fez pastor dispensar carro blindado na noite do crime, acredita polícia

Pastor ligou às 23h para filho pedindo que ele voltasse para trocar de carro

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  • Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2020 às 10:22

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Uma atitude do pastor Anderson do Carmo na madrugada em que foi morto chamou atenção de familiares e, depois, dos investigadores. Ele dispensou o uso do carro blindado ao sair com a mulher, a deputada Flordelis. Anderson foi morto ao chegar em casa com ela. Agora, a polícia acredita que a deputada fez com que o pastor trocasse de carro. A ideia era fingir que Anderson tinha sido vítima de assaltantes.

O pastor ligou para um dos filhos, Daniel, que estava na rua, para fazer a troca dos veículos. Em depoimento, Daniel contou que tinha saído com a namorada com o seu Honda Acord, que não tem blindagem.

Por volta das 23h, ele recebeu a ligação do pai pedindo que ele fosse para casa, em Pendotiba, Niterói, para que os dois trocassem de carro, com Daniel ficando com o veículo blindado. Anderson disse que queria sair com Flordelis no carro do filho. 

Daniel estranhou a atitude, mas voltou para casa e trocou de carro com Anderson, saindo com uma Caravan blindada que pertencia ao pastor. Anderson ficou com o Honda Acord do filho. Daniel explicou que o pai trocava de carros sempre, mas de maneira planejada, jamais durante um horário tão avançado. 

Flordelis, ouvida, afirmou que a ideia foi de Anderson de sair com o carro de Daniel. Ninguém ouviu a conversa em que essa troca foi decidida.

Anderson foi baleado ao lado do carro do filho, depois de retornar ao veículo para buscar um objeto. Ele tinha acabado de chegar em casa com Flordelis, que já havia entrado na residência, quando os tiros começaram. A suspeita dos investigadores é que a troca de carro aconteceu para que Anderson não tivesse como escapar dos tiros se escondendo no carro blindado.

Flávio dos Santos Rodrigues, filho de Flordelis acusado de efetuar os disparos, logo depois do crime destacou que o casal costumava usar carro blindado. “Não sei o que houve, cara. Ela saiu sem carro blindado. Não sei se foi assalto”, disse ele ao chegar ao Hospital Niterói D'Or para socorrer Anderson.

As investigações apontam que Anderson já tinha escapado uma tentativa anterior de assassinato. No início do ano passado, ele deixou a igreja em um carro diferente do que costumava usar e comprometeu um plano - uma testemunha contou à polícia que um pistoleiro foi contratado por R$ 2 mil para matar o pastor naquele dia.

Dez pessoas estão presas pelo crime, todas ligadas à família - aos três suspeitos já preso, essa semana se juntaram mais cinco filhos de Flordelis, uma neta e a esposa de um dos que já estavam detidos. A deputada foi acusada de ser mandante, mas segue em liberdade por conta da imunidade parlamentar.