Floresta Amazônica jamais esteve tão vulnerável

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  • Divo Araújo

Publicado em 24 de novembro de 2019 às 05:30

- Atualizado há um ano

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Queimadas estão contribuindo para aquecer a atmosfera da Amazônia e aumentam o risco de savanização da floresta (Foto: AFP/Arquivo) A alta incidência de chuvas é uma característica da região Amazônica, mas quando se diz que ela pode ser cenário de uma ‘tempestade perfeita’ não é sobre isso que os cientistas estão falando. O que eles querem apontar é a rara combinação de circunstâncias que pode resultar num drástico e irreversível desastre. No caso da Amazônia, a catástrofe vislumbrada por especialistas, baseados em dados objetivos, é a transformação da floresta tropical numa gigantesca região de savana.

Um novo estudo da Nasa mostra que o aumento do desmatamento e das queimadas, aliado à alta concentração de gases de efeito estufa, está tornando a atmosfera sobre a floresta tropical cada vez mais seca. Os especialistas da agência espacial norte-americana conseguiram rastrear a quantidade de umidade na atmosfera da Amazônia, através de dados coletados por imagens de satélite, para determinar o “déficit de pressão de vapor”.

Em outras palavras, os cientistas observaram que, nas últimas duas décadas, houve um aumento significativo tanto na secura da atmosfera da Amazônia como na demanda por água acima da floresta. E o mais alarmante: previsto para acontecer talvez em algumas décadas, este fenômeno já está ocorrendo agora.

A elevada concentração de gases de efeito estufa na atmosfera é responsável por cerca de metade dessa aridez. A outra parte estaria ligada às queimadas. Combinação essa que está aquecendo a Amazônia.

Um dos primeiros pesquisadores a apontar o risco de savanização da floresta, o climatologista brasileiro Carlos Nobre alerta que, a partir de um determinado nível de desmatamento, esse quadro será irreversível. “Uma grande faixa da Amazônia no sul e leste está ficando mais quente e mais seca, principalmente durante a estação seca, que já ficou entre 3 e 4 semanas mais longa naquela área”, observou Nobre, em entrevista à Agência Estado.

O ponto de não retorno, diz ele, está próximo. “Eu estimo não mais do que 15 a 30 anos com o ritmo crescente de desmatamento somado à continuidade do aquecimento global, e também com a maior vulnerabilidade da floresta ao fogo”.

Para uma “tempestade perfeita”, no entanto, são necessários outros fatores. E eles vêm sendo formatados pela política ambiental em curso que está fazendo o Brasil voltar no tempo nesse quesito. Mais uma vez, são os números que comprovam isso. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na última segunda-feira, mostram que há 11 anos não se via tamanha destruição na Amazônia. Trata-se do pior percentual de aumento em duas décadas, com avanço de 29,5%. Em 1998, o percentual de desmatamento cresceu 31%.

Por si só, esse percentual de aumento de destruição já seria uma tragédia, mas ainda há outra questão tão preocupante quanto: o desmatamento em áreas protegidas (unidades de conservação federais e estaduais) e em terras indígenas, onde, por lei, não poderia ocorrer retirada da floresta, foi ainda maior do que a média registrada em todo o bioma no último ano.

E como o governo brasileiro pretende lidar com essa dramática e cada vez mais urgente situação ambiental? O presidente Jair Bolsonaro afirmou, ontem, que o governo estuda liberar a exportação de madeira in natura de árvores nativas da Amazônia. “ É melhor você exportar de forma legalizada do que de forma clandestina”, justificou.

A tempestade se aproxima.

SEGUNDA INSTÂNCIA Todas as pessoas cujas prisões foram decretadas somente em razão de condenação em segunda instância devem ser soltas imediatamente. A determinação da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, foi dada ao Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4), instância responsável por julgar os recursos da Operação Lava Jato. Só poderá ser mantido preso quem tiver outra ordem de prisão preventiva por representar riscos.

ANTIGO COAF O ministro Alexandre de Moraes divergiu do presidente do STF, Dias Toffoli, e defendeu, na quinta-feira, o compartilhamento de informações da Receita Federal e da Unidade de Inteligência Federal (antigo Coaf) sem autorização judicial. A questão é central para mais de 900 processos que estão suspensos após decisão de julho assinada por Toffoli que beneficiou também o senador Flávio Bolsonaro, que entrou na mira das autoridades no caso Queiroz. A sessão foi suspensa, e será retomada no dia 27.

NOVO PARTIDO O presidente Jair Bolsonaro lançou, também na quinta, o Aliança pelo Brasil, partido que ele deseja tirar do papel a tempo das eleições municipais de 2020. O ato de fundação foi marcado por discursos em defesa de Deus e do uso de armas, além de ataques a movimentos de esquerda e a antigos aliados O número escolhido para a sigla é o 38. “Tinha poucas opções, e 38 é um número fácil de gravar”, disse o presidente.

Avenida Sete: Artefatos resgatam a história da cidade Dez mil artefatos já foram encontrados debaixo do asfalto da Avenida Sete de Setembro, durante as obras de requalificação da via. Dentre os tesouros históricos estão uma imagem barroca de Nossa Senhora (ainda não é possível confirmar se trata da imagem do Rosário ou da Saúde) de mais de 300 anos. Uma urna funerária tupi, provavelmente ainda mais antiga, também foi achada pelos arqueólogos. Peças que ajudam a contar a rica história da primeira capital do Brasil. Mais de 10 mil artefatos foram encontrados debaixo do asfalto da Avenida Sete (Foto: Arisson Marinho/CORREIO)