Foco no crescimento: varejo aposta em retomada e desafia a crise

Para presidente da Fecomércio-BA, Carlos Andrade, o momento é de cuidar das empresas e reverter os efeitos da recessão

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  • Priscila Natividade

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Betto Jr./ CORREIO

Nem mesmo as projeções para o desempenho do varejo neste Dia dos Pais - que apontam para uma retração de 4% no faturamento - abalam as perspectivas otimistas do setor em retomar o crescimento. E a solução para reverter o quadro, segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-BA), Carlos Andrade, está dentro da própria empresa.  Cerimônia celebrou os 70 anos da Fecomércio-BA. Setor é responsável por gerar 70% dos postos de trabalho no estado.  (Foto: Betto Jr./ CORREIO) “Estamos passando por uma crise difícil. Não só econômica, mas também política. Nós empresários temos que cuidar das nossas empresas, investir em nosso negócio e nas pessoas. Não somos nós que vamos resolver os problemas de Brasília”, destacou durante a cerimônia de comemoração dos 70 anos da entidade, que aconteceu no Cerimonial Rainha Leonor, em Nazaré, ontem.

Ainda de acordo com Andrade, a articulação entre os diversos setores da economia é outra estratégia para melhorar estes índices. No estado, o varejo é responsável pela geração de 70% da oferta de empregos. “Estamos juntando todos os setores e dialogando com esses segmentos produtivos  para juntos sairmos da crise e com isso voltar a gerar emprego e movimentar a economia”.

O presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB), Luiz Fernando Studart, confirma: “O empresariado deve tomar a iniciativa e compreender o momento”. 

Desafios O empresariado do setor concorda que o momento exige a voz ativa de todos, como pontuou o presidente do Grupo LM Transportes, Luiz Mendonça. “É o empresariado  que vive o dia a dia dos negócios. Não podemos ficar aguardando pacotes prontos que chegam do governo”.

Ainda que a iniciativa privada  precise rever processos a fim de reverter os efeitos da recessão, para o presidente do grupo Frutosdias, Frutos Dias Neto, é necessário também que o governo crie um ambiente favorável ao investimento. “Sem dúvida, a situação exige medidas internas, dentro da própria empresa. Porém,  para trabalharmos de forma mais produtiva o setor necessita de uma estabilidade jurídica que dê segurança, com regras do jogo bem definidas”, ressaltou.

O presidente da Brachmans Corretora de Seguros, João Pedro Bahiana é um dos que considera que a crise tornou o empresário mais criativo e é justamente esta criatividade que deve ser usada a favor do processo de retomada do setor varejista e de bens e serviços. “O momento de dificuldade nos desafia a sermos criativos. Isto permite que o empresário se reinvente, reverta custos, repense a sua empresa para melhorar suas margens”.   

 História

Em meio aos desafios travados pelo cenário de recessão do país, a Fecomércio-BA completou ontem, 9 de agosto, 70 anos de representação dos interesses dos empresários do setor produtivo baiano. 

Empossado em 2014, o atual presidente da entidade, Carlos Andrade, afirmou que entre as principais contribuições da Fecomércio para o desenvolvimento da Bahia estão o estreitamento das relações com os governos, aproximação com os setores produtivos e  interiorização da fundação. 

“Cinco novas unidades estão em construção e muito próximas de serem inauguradas no interior do estado. A Federação, como ela é hoje, está aqui não só para representar a atividade comercial, mas para dar voz ao empresário”, concluiu Andrade. 

ENTIDADE CELEBRA SEUS 70 ANOS

Em comemoração aos 70 anos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-BA), a entidade reuniu na noite de ontem, no Cerimonial Rainha Leonor, em Nazaré, autoridades, empresários e convidados para celebrar a data. Na mesma noite, também foram lançadas o selo, o carimbo e a medalha alusivos ao septuagenário. 

“O nosso objetivo maior é trazer recursos e investimentos para os estados e municípios baianos”, destacou o presidente da Fecomércio, Carlos Andrade, sobre os desafios para os próximos anos, sobretudo, em um cenário de crise. “O momento é difícil, mas o nosso otimismo permanece”, acrescentou.

O prefeito ACM Neto foi uma das autoridades que marcaram presença no evento: “O comércio baiano está muito bem representado pela Fecomércio, por ser uma instituição que leva a voz do empresário”, destacou. 

O presidente da Rede Bahia, Antonio Carlos Júnior, destacou o papel importante da entidade neste processo: “É uma entidade importantíssima para o desenvolvimento do estado da Bahia. Está sempre a frente de seus associados dando condições para que os pleitos e as reivindicações sejam atendidas pelo setor público para que este crescimento possa ser estimulado”, pontuou. 

O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban, reforçou ainda que legado da entidade tem muito a contribuir neste processo. “Os 70 anos de experiência adquiridas pela Fecomércio têm sido determinantes para minimizar os efeitos e nos deixar ainda mais preparados para sairmos juntos da crise”.