Forte chuva deixa 40 famílias desabrigadas em Conde, no Litoral Norte

A chuva provocou alagamento e fez transbordar rio que corta a cidade

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  • Bruno Wendel

Publicado em 21 de maio de 2020 às 14:04

- Atualizado há um ano

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Pouco mais de 40 famílias estão desabrigadas devido à chuva forte que vem caindo nos últimos dias no município de Conde, na região do Litoral Norte da Bahia. Na noite desta quinta-feira (20), a água provocou alagamentos e fez transbordar um rio que passa dentro da cidade. No centro e na zona rural, as pessoas estão ilhadas e o fornecimento de água foi interrompido em parte da região porque a enxurradas destruíram uma adutora. Até o momento, não há notícias de desaparecidos e nem feridos.

Desde segunda-feira (18), a chuva não para de cair no município e a prefeitura pretende decretar estado de emergência. “Com essa chuva, a cidade foi atingida por dois problemas: os alagamentos e a cheia do Rio Itapirucu. Estamos num caos e por isso se faz necessário elaborar o decreto. As estradas vicinais estão todas destruídas e diversas estruturas foram comprometidas, como as pavimentações. Lavouras inteiras estão submersas, sem falar nas famílias que estão desabrigadas”, declarou ao CORREIO o prefeito da cidade, Antônio Eduardo Lins de Castro.

“E para agravar tudo, a gente ainda tem essa pandemia. As famílias que estão desabrigadas, estão sendo levadas para escolas e mantidas afastadas uma das outras, para evitar aglomerações. As pessoas estão de máscaras e com o uso do álcool em gel. Até então, estamos conseguindo manter o protocolo para evitar a proliferação do vírus na cidade”, disse Castro. A cidade registrou até agora apenas um caso confirmado da covid-19 e tem um outro em análise. Outras 22 pessoas foram submetidas ao teste e deram negativo para a doença.  

A chuva que vem provocando estragos na cidade deve cair até sábado. Segundo Castro, a Defesa Civil do município e o Corpo de Bombeiros se reúnem ainda nesta quinta para definir ações de prevenção. Rio Itapicuru subiu e invadiu a cidade Foto: (Divulgação)

Elaborado e reconhecido o decreto de emergência, recursos do Estado e do governo federal poderão ajudar na reconstrução da cidade, de pouco mais de 27 mil habitantes. “Estamos fazendo um levantamento dos danos e, com base nisso, faremos o decreto de emergência”, disse o prefeito. Conde já está em situação de emergência desde o dia 19 de março por conta da pandemia do novo coronavírus – desta vez, a medida foi adotada pelo governo do estado. A forte chuva  fez com que água invadisse as pistas da cidade (Foto: Divulgação) No entorno do rio Conde cresceu no entorno do Rio Itapicuru, cuja principal nascente fica no município de Antônio Gonçalves, região da Chapada Diamantina. O curso do rio segue no sentido Oeste-Leste, de forma praticamente perene durante o ano todo, fato relativamente raro nesta região. Passa pelas termas de Caldas do Jorro e Caldas de Cipó, nas cidades de Tucano e Cipó, respectivamente, e desagua no oceano Atlântico em Conde.  

Em janeiro de 2016, o rio transbordou de seu leito menor e alagou a maioria das ruas de Conde, ilhando o município. O número de desabrigados foi de centenas de famílias, tendo os efeitos sido menores, uma vez que a população foi avisada previamente da inundação em decorrência das fortes chuvas. E na manhã desta quinta não foi diferente. “Aqui é a foz do Itapicaru e quando chega, vem com acúmulo de águas de diversas cidades anteriores, atingindo também todas as populações ribeirinhas”, explicou o prefeito.   Moradores ficaram ilhados e em alguns casos a locomoção foi feita de barco (Foto: Divulgação) De acordo com o prefeito, os moradores foram alertados das consequências da chuva com avisos nas redes sociais e carro de som. “Apesar de terem sido avisas do risco, algumas pessoas permaneceram em suas residências quando a água invadiu a cidade. Muita gente perdeu tudo”, contou.

Era por volta das 19h de quarta-feira quando o rio transbordou e se misturou com a água da chuva provocando alagamentos e inundações. Em alguns casos, as pessoas caminhavam com água na cintura. Em situações mais críticas, a locomoção só possível com o uso de barcos.

Praia do Forte A Praia do Forte, no município de Mata de São João, também registrou chuvas, como mostra o vídeo enviado pela leitora Mariana Andrade.