Fórum Agenda Bahia debate realidade aumentada; acompanhe

Evento acontece nesta quinta-feira (3), no Senai-Cimatec

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  • Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2019 às 08:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Kirk Moreno
. por Marina Silva/CORREIO

No ano em que discute a Realidade Aumentada, seus usos e o impacto da tecnologia na sociedade, o Fórum Agenda Bahia se desloca para um dos principais palcos da pesquisa e inovação na Bahia, o Senai Cimatec, na Avenida Orlando Gomes. Entre as 8h e as 17h desta quinta-feira (3), o público do evento terá a oportunidade de interagir com alguns dos maiores especialistas em tecnologia do Brasil.

O Fórum Agenda Bahia 2019 é uma realização do CORREIO, com patrocínio da Sotero Ambiental, apoio institucional da Prefeitura de Salvador, Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) e Rede Bahia e apoio da Braskem e DD Education.

Ataques Dados da HP Securit Research apontam que os ataques digitais estão crescendo 350% ao ano. Em um cenário onde as informações pessoais são cada vez mais disputadas pelo mercado, o painel 'Do roubô ao roubo de dados' trouxe a lei de proteção de dados para o centro do debate e os desafios para as empresas que precisam se adaptar a estas novas normas até agosto do ano que vem.  (Foto: Marina Silva/CORREIO) Participaram do debate Silas Cunha, CEO da Abitat; Ana Carolina Monteiro, sócia da Hackel; Matheus Ladeia, CEO do E-rural e especialista em agtech; e Vicente Vale, Sócio da REP Educa.

Ladeia apresentou o Chico, um robô que funciona como uma espécie de 'siri' para o pecuarista que deseja comprar um boi pela internet. Ao conversar com este potencial comprador, o assistente pessoal coleta informações que ajudam os vendedores do marketplace a serem mais assertivos na venda. "As empresas que se importarem com dados de clientes vão sair na frente. O Chico no final do dia vai colocar no sistema tudo que eu preciso saber para aumentar meu nível de assertividade", destaca Ladeia.

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Oficinas Público acompanha oficina (Foto: Gabriela Cruz/CORREIO) Fundador da Mini Maker Lab, o professor na área de robótica Peterson Lobato dá uma oficina agora à tarde chamada "Como programar um robô com sentimentos". "Quem já programou aqui?", quis saber ele, logo no início. Depois, começou a explicar um experimento feito para a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2018 sobre lógica de programação através da robótica educacional cognitiva. Na oficina, o voluntário Lucas deu o comando de voz para um robô, que sorriu. (Foto: Gabriela Cruz/CORREIO) Os participantes puderam ainda ver quando uma impressora 3D fez um robô na hora, para a continuidade da oficina.

Na oficina “Circuito de Experiências em Tecnologias para Educação e Para Indústria”, a procura foi tão grande que a produção precisou colocar mais cadeiras na sala, que lotou. (Foto: Hilza Cordeiro/CORREIO) Discussão importante para cidade O aposentado Messias Emmanuel Galvão acompanha o Agenda Bahia desde a primeira edição. Para ele, é uma oportunidade de participar de debates que são importantes para a sociedade. "Acho que cada evento desse é uma atualização que no dia a dia não encontramos. É também um convívio entre amigos. Aposentados, mas não encostados. Nossa união fez com que começássemos a frequentar. Acho que é uma iniciativa elogiavel do CORREIO", diz.

"Tiramos muita informação sobre a cidade, sobre o estado, sobre o brasil, o mundo e o desenvolvimento que vem acontecendo em cada canto", completa Messias.

Aposentado e ex-dirigente da Fundação Visconde de Cairu, Joselito Correia Costa destaca que o fórum sempre dialoga com assuntos que estão em evidência. "Na época da Copa, desenvolveu-se aqui um trabalho para que ficasse mais fácil para todas as pessoas que receberíamos. Questões do lixo também foram muito discutidas", lembra.   Messias Emmanuel Galvão, Walter Crispim e Joselito Costa participam sempre do Agenda Bahia (Foto: Marina Silva/CORREIO) Debate com Flávia, Baggio e Peter Flávia: Mercado de trabalho, como equilibrar a automação que tem levado ao aumento do desemprego?

Peter: Por um lado é distópico. Quase impossível que não vai haver desemprego. Os trabalhos irrelevantes, teremos que fazer um retreinamento dessas pessoas que estão nessas funções. As pessoas que mais precisam de treinamento são as que estão nas periferias. (Foto: Kirk Moreno) Debate com Rodrigo BaggioFlávia: Quais dificuldades e desafios para criar o centro de empoderamento digital?

Baggio: O empreendedor social sofre com uma falta de ecossistema de apoio. Nosso maior desafio, desse setor, é captar recursos. Quando comecei, os movimentos eram assistenciais. Betinho foi uma inspiração. Quando abrimos a primeira escola na favela Santa Marta com Marcinho VP no comando, logo se formou uma fila de 300 jovens. Criar cultura da inclusão digital pré-informatização foi um desafio. (Foto: Kirk Moreno) 'Precisamos repensar o trabalho' A segunda palestra nesta quinta é com Rodrigo Baggio, presidente da Recode, organização social presente em 8 países e 689 centros de empoderamento digital. O tema é “O Futuro é agora: como o empoderamento digital transforma vidas e cidades”.  (Foto: Kirk Moreno) Baggio alertou para a necessidade de redefinir o conceito de trabalho, a partir dos impactos sociais causados pela tecnologia. "Precisamos redefinir o que é trabalho. Pesquisa diz que metade das 2 mil profissões hoje serão substituídas por robôs ou programas. Estamos falando de 30 milhões de desempregados por causa dessa evolução tecnologia. Por isso, precisamos repensar o trabalho, não nossa vida", disse.

Baggio apresentou o trabalho que a Recode realiza através dos seus agentes transformadores. Como exemplo, ele trouxe a história de Vanderlei, que entrou no tráfico de drogas e foi preso pela primeira vez aos 14 anos. Na sua segunda prisão, ele conheceu um educador do Recode. "Ele começou a aprender, aprendeu rápido e começou a ensinar. Saiu da prisão e foi direto negociar a sua saída do Comando Vermelho e começou a trabalhar em uma comunidade, depois em três. Depois entrou em outro projeto e trabalha em oito estados. Vanderlei já formou mais de 100 mil jovens como agente", contou.

Ele também contou como a inclusão digital ajudou povos indígenas a enfrentar o problema de invasão de suas terras. Um dos exemplos são os jovens na Ilha de Marajó, que conseguiram mudar sua realidade com o uso da realidade virtual. A história virou o filme "Ribeirinhos, o lugar de um povo". A produção foi selecionada pela ONU, para ser exibida na Assembleia Geral."Imagine levar realidade virtual para estudantes de escolas públicas para criar inovação e inspirar. Temos um grande potencial para, mais do que falar em empoderamento, ser agentes de transformação, usando a tecnologia para mudar a nossa realidade", refletiu.***

Debate com Peter Kronstrom A jornalista Flávia Oliveira bate um papo com o dinamarquês Peter Kronstrom. 

Flávia: Ao mesmo tempo que estamos avançados na tecnologia, temos mazelas do século 19, escolaridade baixa, desemprego alto. Como você que nasceu numa sociedade tão desenvolvida e vive no Brasil há 9 anos, vê essa desigualdade? 

Peter: É o que mais incomoda. A diferença de vida entre a Ana Paula, que trabalha na minha casa e a minha. A Dinamarca é um país de 5 milhões de pessoas, sendo que 1,8 milhões recebe algum apoio do estado. É um trabalho dos governantes, e que nós também precisamos fazer, já que sabemos que não queremos viver num futuro apocalíptico, precisamos também fazer o que pudermos para reduzir essa desigualdade.

Flávia: Qual sua visão da automação e inovação sob a perspectiva brasileira? Você acha que o Brasil pela capacidade de adaptação tem alguma vantagem?

Peter: Com certeza. O brasileiro é muito menos rígido a respeito das novas tecnologias. O que poderia melhorar é a estrutura para que tivéssemos muito mais ambiente para essa capacidade criativa e tecnológica.

Flávia: Qual sua visão sobre o que é inovação? O conceito de inovar, porque jovens na periferia podem inovar, por exemplo. 

Peter: É muito vinculado a criar futuro, fazer algo novo que não foi feito antes, ou uma nova combinação, que resolva e facilite a nossa vida.

Flávia (pergunta da plateia): Qual a relação entre homem e máquina no futuro?

Peter: Temos que mudar o medo da tecnologia e vê-la como algo que nos potencializa. Precisamos entender como trabalhar a nosso favor.

'Somos sobreviventes' Primeiro conferencista do dia, o dinamarquês Peter Kronstrom abriu a programação do Agenda Bahia falando sobre como temos o poder de mudar o futuro. "O que existe no futuro está sendo criado por cada um de nós. Por isso quando falamos de futuros, falamos no plural. Já estamos mexendo com o futuro e fazendo o futuro que vai acontecer. Está nas nossas mãos criar o futuro que a gente quer. Todos nós somos futuristas, todos somos estudiosos. Somos sobreviventes, disse."O fator mais essencial para assegurar sobrevivência e a capacidade de ver o que está para acontecer e fazer mudanças o mais rápido possível.  O futuro não existe sem imaginação. Ele acontece entre a arte e a ciência". (Foto: Kirk Moreno) Na opinião de Peter, um dos desafios da sociedade contemporânea é a dificuldade em identificar o que é a "verdade". "um dos maiores desafios na nossa sociedade é que a verdade virou um debate. Ninguém sabe quem está falando a verdade. E isso é um perigo. As pessoas estão cada vez mais se orientando por celebridades, que são opiniões tanto quanto nós", pontuou. (Foto: Marina Silva/CORREIO) O dinamarquês explica como o acesso atual ao conhecimento tem impactado nos paradigmas da sociedade. "A explosão de conhecimento é uma megatendência que tem consequências, como a sociedade superágil, onde cada vez mais o circuito de autodestruição e autorreconstrucao é cada vez menor. Há uma tendência de mudança de paradigma de, em vez de especialistas, teremos uma geração de neo-generalistas, pois poderemos aprender a vida inteira", disse. Outra mudança de comportamento apontada por ele é o uso da tecnologia no nosso dia a dia."Estamos cada vez mais encapsulados em nossos celulares, antes era nossa casa, construímos paredes, compramos carros. Hoje nossas casas, nossos carros não tem o mesmo valor. Por isso a mobilidade aumentou tanto", explicou.Por causa disso, segundo ele, o setor de transporte vai estar cada vez mais disponível, como a internet. "Há uma tendência de que, nos próximos anos, nossa única relação entre consumidores e empresas será através do setor de transporte. Provavelmente o carro será o lugar onde as pessoas mais assistirão pornografia, segundo um pesquisador sueco", completou.

Abertura Na abertura do evento, o vice-presidente da Fieb, Angelo Calmon de Sá Jr, destacou a parceria com o CORREIO, e a importância de debater o uso das tecnologias no futuro. "Estamos orgulhosos e espero que esse fórum possa trazer cada vez mais invenções. O mundo mudou e precisamos cada vez mais inovar pensando no lado humano e social. Não só inovar para trazer grandes programas e equipamentos, sem pensar no ser humano e num sistema sustentável". (Foto: Marina Silva/CORREIO) Já o presidente do Conselho de Administração da Rede Bahia, Antonio Carlos Junior, destacou como o Agenda Bahia se consolidou como um espaço de discussão sobre questões que impactam na sociedade. "É um sentimento de orgulho por representar esse evento tão importante para o calendário baiano, dentro das comemorações dos 40 anos do CORREIO. Há 10 anos criamos um espaço importante de discussão de inovação, infraestrutura, agronegócio, turismo, sustentabilidade, tecnologia". (Foto: Marina Silva/CORREIO) Confira a programação completa do evento: 

MANHÃ - ARENA DO CONHECIMENTO

8h às 9h   – Credenciamento

9h às 9h30   – Palestra “Tudo muda o tempo todo”, com Peter Kronstrom, head para América Latina do Copenhagen Institute for Future  Studies e fundador do Future Lounge

9h30 às 10h00  – Bate-papo com Peter  Kronstrom moderado por Flavia Oliveira, colunista do jornal O Globo e da Globonews

10h às 10h30  – Palestra “O Futuro é agora: como o empoderamento digital transforma vidas e cidades”, com Rodrigo Baggio, presidente da Recode, organização social presente em 8 países e 689 centros de empoderamento digital

10h30 às 11h  – Bate-papo com Rodrigo Baggio moderado por Flavia Oliveira, colunista do jornal O Globo e da Globonews

11h00 às 12h00  – Painel “Distopia ou disrupção: como se preparar para o amanhã?”, com os palestrantes Peter Kronstrom e Rodrigo Baggio e moderação de Flavia Oliveira.

12h   – Intervalo para almoço

TARDE - ARENA DA VIVÊNCIA

14h30 às 16h  – Painel “Do robô ao roubo de dados: as novidades na Educação, na Agropecuária, na Construção Civil e na Saúde”, com Silas Cunha, CEO da Abitat, startup Construtech que busca a gestão mais eficiente de empreendimentos através de IoT (Internet das Coisas), Banco de dados e Machine Learning, Ana Carolina Monteiro, sócia da Hackel, consultoria em Marketing Conversacional e soluções em Educação que trabalha com tecnologias de automação e inteligência artificial. como Internet das Coisas e Chatbots, Matheus Ladeia, CEO do E-rural, o maior marketplace de pecuária do Brasil e especialista em agtech, growrth strategi e growth marketing e Vicente Vale, sócio da REP Educa, plataforma digital que utiliza Realidade Aumentada e Inteligência Artificial para ampliar a aprendizagem dos alunos.

14h30 às 16h – Oficina “Como programar um robô com sentimentos”, com Peterson Lobato, fundador da Mini Maker Lab e professor na área de robótica, programação e impressão 3D.

14h30 às 16h  – Oficina “Circuito de Experiências em tecnologias para Educação e para Indústria”, com Fernanda Mikulski Guedes, coordenadora de ações de avaliação educacional, inovação e competições da Escola Técnica Senai-BA e Igor Nogueira Oliveira Dantas, coordenador de projetos de inovação educacional na unidade de Inovação e Tecnologias Educacionais do Senai-BA, Adalício Neto, especialista em Automação no SENAI CIMATEC e responsável pelo portfólio de serviços 4.0.

14h30 às 16h  – Os desafios do Bitcoin no Brasil, com Thiago Avancinni, diretor de Educação e Tecnologia da DD Corporation

16h às 17h  – Desafio “Fórum Agenda Bahia/Olimpíada Brasileira de Robótica”, uma parceria jornal Correio e Sesi.