Frigorífico vai gerar quase 3 mil postos de trabalho na Chapada

Com equipamentos automatizados, empreendimento terá capacidade de processar 400 cabeças de bovinos por dia e 500 de suínos, ovinos e caprinos

  • D
  • Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2021 às 15:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

O município baiano de Andaraí, a 431 quilômetros de Salvador, vai abrigar um empreendimento agroindustrial com potencial para impactar a economia na região da Chapada Diamantina. Após quatro anos em implantação, o Frigorífico da Chapada será inaugurado oficialmente no próximo dia 27, com a expectativa de gerar cerca de 3 mil postos de trabalho quando estiver operando à plena carga. A estrutura terá capacidade para processar 168 tipos produtos, de embutidos aos cortes mais sofisticados.  

A previsão da empresa é que a operação será responsável por gerar 230 empregos diretos, outros 690 indiretos, além de outros 2 mil postos de trabalho no decorrer da cadeia produtiva, que vai envolver pequenos produtores rurais. O complexo de produção – numa área total de 180 mil metros quadrados (m²), sendo 15 mil m² de área construída – abriga cinco fábricas, que serão responsáveis por processos que irão do abate à desossa, passando pela industrialização, salga e beneficiamento de produtos não comestíveis. 

Na inauguração, programada para a próxima sexta-feira (27), estão previstas as presenças de pecuaristas, representantes de setores econômicos e autoridades públicas. Na ocasião, o frigorífico deverá estar funcionando com 25% da sua capacidade. Este número deve crescer paulatinamente até atingir 50% de uso da capacidade instalada dentro de 120 dias.  

Segundo o empresário Wilson Cardoso, responsável pela empresa e atual prefeito de Andaraí, o frigorífico irá trabalhar com a produção de carne bovina, suína, ovina e caprina. Ele conta que construiu o novo complexo durante os últimos quatro anos, “sem pressa”, pelo desejo de apresentar uma estrutura com o que existe de mais moderno em equipamentos e adequada às demandas de sustentabilidade.  “A Chapada Diamantina é uma marca muito forte, associada à ecologia, com um povo que sonha com um futuro melhor e um enorme potencial para crescer. Tem um turismo muito forte e uma produção tradicional de proteína animal, além da agricultura familiar”, explica. Wilson Cardoso destacou a necessidade de levar para a região um negócio com essa visão.  Um dos aspectos destacados por ele é o aproveitamento de todas as partes dos animais, mesmo as que não são utilizadas para o consumo humano. Algumas delas serão beneficiadas no próprio frigorífico para uso como ração animal, ou na indústria de cosméticos e de biocombustíveis. “Não iremos despejar nada na natureza”, diz.  

Cortes A linha de produção do frigorífico foi estruturada para processar diversos tipos de cortes, explica o empresário. Altamente tecnológico, o frigorífico terá a linha de desossa automatizada e com equipamentos para produzir os cortes especiais mais demandados no mercado, passando pela t-bone e miolo de alcatra, hambúrguer, entre outras. A empresa trouxe da Alemanha a máquina responsável pela fabricação da linha de embutidos, que vai oferecer uma centena de produtos.  

Mas os cuidados adotados pelo frigorífico se iniciam antes mesmo da chegada dos animais. A empresa investe em diversas medidas para garantir o bem estar animal, como gaiolas climatizadas para o transporte, o que garante mais qualidade para a carne. “Nós iremos comercializar a carne da Chapada, que é uma marca forte e vamos respeitar isso”, diz Wilson Cardoso.  

Neste primeiro momento, os produtos do frigorífico estarão disponíveis em algumas redes de supermercados em Salvador, Feira de Santana e nos maiores municípios da Chapada Diamantina. A direção da empresa está negociando também com boutiques de carnes.  

Filho da terra O sonho do empresário Wilson Cardoso vai melhorar a vida de algumas centenas de famílias em Andaraí, a 431 quilômetros de Salvador, e muitos outros municípios da Chapada Diamantina. “Filho adotivo” da terra há 28 anos e prefeito do município pela terceira vez, o baiano de Ituberá, conta que a motivação para investir em um equipamento que custou alguns milhões de reais, totalmente bancados com recursos próprios, foi retribuir um pouco do que a região lhe deu.  “Era um sonho meu. A Chapada Diamantina, que se tornou a minha casa, é muito necessitada, mas tem um potencial enorme de desenvolvimento e eu sinto que posso contribuir”, explica. “Chega um momento na vida que nada pode nos alegrar mais do que fazer a alegria do próximo”.  Wilson Cardoso conta que sempre teve vocação para a área comercial, fato confirmado por sua história de vida. “Tenho vocação para a compra e venda, nasci assim”, afirma. Ele conta que trabalhou nas duas maiores empresas de eletrodomésticos da Bahia, antes de montar a própria rede, que chegou a ter 120 unidades e rivalizar com as maiores do setor.  

Já representou o setor rural em diversas entidades, como por exemplo na Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), onde foi diretor, ou na presidência do Fórum Permanente da Pecuária da Bahia.