Funaro recebeu dinheiro de Joesley Batista para ficar em silêncio

Prisão da irmã do operador foi determinante para a confirmação

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  • Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2017 às 13:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Durante o depoimento da sua delação premiada, o operador Lúcio Bolonha Funaro revelou que recebeu dinheiro do empresário Joesley Batista, um dos executivos da JBS, para não revelar nada do o que sabia sobre corrupção e movimentação ilegal de recursos de influentes políticos do país. A revelação de Funaro, deve deixar mais forte a denúncia que Rodrigo Janot, procurador-geral da República, está preparando para apresentar contra o presidente Michel Temer, tomando como base as delações de Joesley e de outros executivos da JBS. Temer já está sendo investigado por obstrução de justiça e envolvimento em organização criminosa.  Em um dos trechos da  conversa entre Temer e Joesley,  na noite de 3 de março, no Palácio do Jaburu, o empresário narrou detalhadamente uma série de crimes que teria cometido. Disse também que fazia constantemente pagamentos regulares a Funaro e ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um pos principais aliados de Temer, antes de ser preso. De acordo com os depoimentos da delação premiada de Joesley e do executivo Ricardo Saud, também da JBS, os pagamentos eram para comprar o silêncio de Funaro e Cunha, para assim proteger o presidente e alguns auxiliares. Em depoimento a Polícia Federal,  Funaro confirmou os pagamentos, mas negou a compra do silêncio, disse que se tratava da quitação de uma dívida antiga:  a intermediação de negócios da JBS. A história de Funaro  não convenceu os investigadores não acreditaram na explicação, pois não condizia com a versão do próprio Joesley. Depois, Funaro aceitou colaborar com a investigação, e confirmou a versão do empresário.

A confirmação se deu depois que a irmã do operador, Roberta Funaro, foi presa em 18 de maio depois de ter sido filmada pela PF recebendo R$ 400 mil de Saud dentro de um táxi, o que acabou confrontando Funaro, uma vez que não fazia sentido Roberta ter recebido o dinheiro de  forma clandestina se os pagamentos fossem de ordem legal.

 Funaro então confirmou que os pagamentos tinha o objetivo de mantê-lo em silêncio, o que explixa também a insegurança do ex-ministro Geddel Vieira Lima com uma possível delação do operador.