Funcionária de pizzaria acusa Wassef de constrangimento e racismo

Funcionária afirma que foi chamada de 'macaca' por ex-advogado de Bolsonaro envolvido no Caso Queiroz

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  • Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2020 às 15:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

A atendente de uma pizzaria em um shopping de Brasília registrou uma queixa de injúria racial contra o advogado Frederick Wassef, que prestava serviço para a família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ela procurou a delegacia nesta quarta-feira (11) afirmando que foi chamada de "macaca" após Wassef reclamar que a pizza "não estava boa". As informações são da revista Veja e do portal G1.

O caso teria ocorrido no domingo (8), no Setor de Clubes Sul, e foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul. 

De acordo com a Polícia Civil, a vítima, que não teve a identidade revelada, contou aos investigadores que o advogado perguntou se a mulher teria comido a pizza e ela respondeu que não. Com a negativa, de acordo com o Boletim de Ocorrência, Wassef teria dito em voz alta: "Você é uma macaca! Você come o que te derem."

Aos policiais, a vítima informou ainda que o suspeito é cliente frequente do estabelecimento e que é conhecido por "se tratar de uma pessoa arrogante e que destrata e ofende os funcionários". A mulher contou que já teria sido "constrangida" e "muito humilhada" por Wassef em outras ocasiões.

Caso Queiroz Wassef já representou o presidente Bolsonaro e o filho mais velho dele, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O advogado é o dono do imóvel em Atibaia (SP) onde estava o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, quando ele foi preso por suspeita de participação em esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Ele ainda não

O advogado ainda não se pronunciou sobre a acusação de racismo e constrangimento. A vítima já compareceu à delegacia na noite de quarta, e a apuração policial ainda está em fase inicial. A partir desta quinta (12), os agentes devem começar os interrogatórios.

Por meio de nota, o advogado do grupo Pizza Hut, Bernardo Fenelon, informou que acompanhou a vítima no momento do registro da ocorrência policial. De acordo com ele, "os fatos são inaceitáveis" e a cliente "espera que a justiça seja feita".

Leia a nota na íntegra:"Em razão dos recentes episódios de agressões verbais e físicas, bem como de discriminação racial/social, ocorridos na unidade da Pizza Hut localizada no Píer 21, em Brasília, por parte de um cliente contra funcionários da loja, a Pizza Hut Brasil vem a público manifestar seu absoluto repúdio aos fatos ocorridos e seu apoio aos funcionários agredidos e ao franqueado da referida unidade.

A Pizza Hut Brasil vem dando todo o suporte para os colaboradores e parceiros agredidos para que os mesmos façam valer os seus direitos e para que sejam tomadas as medidas necessárias para evitar que tais atos se repitam, entre as quais a comunicação dos fatos para as autoridades competentes mediante o registro de um boletim de ocorrência contra o agressor."