Fundador da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade morre aos 77 anos

Conheça a história do empresário que transformou uma empresa falida em uma das maiores do país

  • D
  • Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2021 às 10:09

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Morreu na manhã deste sábado (14), aos 77 anos, o médico Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador do grupo automobilístico Caoa. Com a saúde debilitada por causa de um tratamento de saúde, ele morreu dormindo, na casa onde morava, ao lado da esposa e dos filhos.

Em nota de pesar, a Caoa lamentou a perda de Carlos Alberto, que também era presidente do conselho da empresa. "Dr Carlos foi médico e um empreendedor magistral, tendo atraído importantes marcas para o portfólio da CAOA, como a Ford, a Hyundai, a Caoa Chery e a Subaru, tendo se tornado um ícone para a Indústria Automobilística Brasileira", diz trecho do documento.

A empresa informou ainda que, de acordo com o plano de sucessão e governança, a Caoa continua a ser gerida por seus atuais executivos, que se solidarizam com a família neste momento.

O velório será no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, a partir das 14h30, seguido do sepultamento às 17h30.

Memória Paraibano e nascido em uma família de 17 irmãos, Carlos Alberto era formado em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco e trabalhava como cirurgião antes de entrar no mundo dos negócios automobilísticos.

Em 1979, decidiu fundar a Caoa (sigla que leva as iniciais do seu nome) em Campina Grande. Tudo começou quando Carlos Alberto decidiu comprar um Ford Landau na concessionária da marca. A revendedora faliu e ele, que eram bom de negociação, propôs que a empresa fosse repassada para o seu nome, para compensar o pagamento do veículo. Com o negócio feito, fundou a Caoa e em cerca de 6 anos se tornou dono da maior revendedora de carros da Ford do país.

A marca também se tornou a primeira importadora oficial e exclusiva da Renault no país e, em menos de três anos, fez com que a marca internacional se tornasse a primeira em vendas no segmento de importados.

O sucesso não veio de graça. Com um modelo de negócio irreverente, a Caoa deu seus primeiros passos com ousadia. À época, a empresa aceitava como pagamento para os carros itens como carros usados, terrenos e cabeças de gado, passando até por estoques de tijolos. O importante era fechar negócio, mesmo que para isso fosse necessário perder um pouco de dinheiro.

A fama logo se espalhou e a Caoa conquistou consumidores de todo o país. Em pouco tempo, a Ford ofereceu a ele a principal concessionária do Recife e, pouco tempo depois, algumas de São Paulo.

Além da Ford, nos últimos anos, a Caoa passou a vender diversas marcas e o empresário passou a produzir no País os carros Hyundai. Em 2007, investiu R$ 1,2 bilhão na Caoa Montadora de Veículos, em Anápolis-GO. Passados 10 anos, pagou US$ 60 milhões pelo controle da Chery no Brasil, tornando-se Caoa Chery, que possui unidades também em Salvador.

Carlos Alberto decidiu se afastar do comando da empresa em 2013, quando passou o bastão para Antônio Maciel Neto, que havia sido presidente da Ford. Para se manter perto dos negócios, o empresário assumiu a presidência do conselho. Em 2017, Mauro Correia assumiu o comando do grupo.