Futuro das profissões será tecnológico, mas muito humano 

Poderá ser mais sobre comportamento e relações do que se imaginava

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  • Do Estúdio

Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 18:22

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock

GBlockchain, Big Data, Bitcoin, internet das coisas e computação em nuvem, Telemedicina, realidade estendida, wearables e exoesqueleto. Como estes termos soam para você: familiares ou desconhecidos? Fáceis de entender ou insondáveis?  Eles nada mais são do que nomenclaturas e conceitos que traduzem mudanças no futuro das coisas, das profissões e do mundo. Bem-vindo, caro leitor, à nova era do ser e estar nesta realidade muito virtual e cada vez mais super-humana. 

Ao falar sobre o futuro das profissões, pensamos em inovações tecnológicas, inteligência artificial e outros desdobramentos, mas o que este futuro, que já começou, nos propõem é explorar a tecnologia para termos tempo para desenvolver o potencial humano ao máximo. Assim, do outro lado da lista estão competências como comunicação, empatia, cooperação, pensamento adaptativo, gerenciamento de crises. O futuro das profissões pode ser mais sobre comportamento e relações do que se imaginava. 

“Os profissionais do futuro vão precisar ser melhores  humanos”. Quem nos alerta para isso é Ligia Zotini, pesquisadora e pensadora de futuros, fundadora do Voicers, colunista da Você S/A, TEDx Speaker, com 15 anos de experiência na indústria da tecnologia e 20 na educação, mestre em Global Talent Management pela PUC/SP.  

Ela nos traz um exemplo que ilustra bem para aonde a humanidade e as profissões estão caminhando. Na área da Medicina, a IBM apresentou sua inteligência artificial: Watson. Sua primeira missão foi aprender tudo sobre oncologia. Para isso, um hospital de Nova York conectou aos seus algoritmos todos os diagnósticos e casos de sucesso e insucesso. Também toda a bibliografia atualizável sobre a área foi conectada ao software. A partir daí, ele passou a cruzar informações e, diante de novos casos, se mostrou capaz de oferecer ao médico diferentes opções de tratamento do câncer com indicação de probabilidades de cura para cada um.  “Os profissionais do futuro vão precisar ser melhores  humanos”. Quem nos alerta para isso é Ligia Zotini, pesquisadora e pensadora de futuros, fundadora do Voicers, colunista da Você S/A, TEDx Speaker, com 15 anos de experiência na indústria da tecnologia e 20 na educação, mestre em Global Talent Management pela PUC/SP (Foto: divulgação) A cada 72 dias, todo o conteúdo de Medicina dobra no planeta e os médicos não têm capacidade para acompanhar tudo isso. Com a atuação da IA em diagnósticos precisos, qual será o papel dos profissionais de saúde? “Acolher, compartilhar, cuidar. Este lugar humano será o grande diferencial, porque para fatos, fotos e dados, a máquina vai se tornar cada vez mais inteligente e tudo estará disponível. Não precisa mais memorizar dados, isso vai ser um exercício de perda mental”, explica a pesquisadora. 

As mudanças não existem apenas pelos avanços tecnológicos, mas são resultados do uso dessas tecnologias pelo homem. “O futuro das profissões é um exercício da presença estendida. Pego as profissões atuais, coloco a quantidade de tecnologia que está por vir e percebo o quanto vai mudar ou quantas delas vão deixar de existir. O primeiro paradigma é a gente pensar em tecnologias desenvolvidas e esquecer que o ser humano também se desenvolve no uso dessas tecnologias”, salienta. 

Mundo móvel Diante da Revolução Industrial 4.0, mais do que dominar códigos e tecnologias, as pessoas precisam desenvolver o soft skill. Nos últimos oito anos, o mundo se tornou móvel. Bastou um smartphone com internet para mudar conceitos de fazer e a forma de consumo. Surgiram empresas Unicórnio, start ups que valem bilhões sem mesmo gerar lucros proporcionais, conquistaram países e redesenharam a forma de fazer todas as coisas de modo inteligente, global, rápido, mais barato e democrático. Exemplos: Nubank é o redesenho de banco, como a Netflix é o do consumo de conteúdos, o Uber do transporte, o AirBnb de hospedagem e o Amazon de compras.  “Imagine quando a gente for artificialmente inteligente, virtualmente imersivos, com tudo tendo internet das coisas e sensores dentro do nosso corpo dizendo como está o bio feedback o tempo todo? A gente nem sabe o que vai acontecer a partir disso, então, por que se preparar para algo que a gente ainda não tem noção? Tem que se preparar com resiliência, flexibilidade de pensamento, curiosidade, capacidade de aprender a aprender”, afirma Ligia Zotini. 

“A principal habilidade é ter a curiosidade de entender como algo pode ser feito melhor, mais rápido, barato e acessível. As áreas como Medicina, Direito e Engenharia serão as primeiras a receber uma enxurrada de automação. Por tudo isso, hoje, as universidades têm um desafio imenso de preparar profissionais para essas novas demandas”, conclui a especialista. 

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