Gestão de Coronel deixa rombo de R$ 183 milhões na Assembleia

Jairo Costa Junior com Júlia Vigné

  • D
  • Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2019 às 15:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Herança maldita Os dois anos em que o senador Angelo Coronel (PSD) esteve à frente da presidência da Assembleia Legislativa deixaram um rombo de R$ 183 milhões, apontam informações obtidas pela Satélite junto a técnicos da área financeira escalados para esquadrinhar as contas da Casa em 2017 e 2018. A aliados próximos, o sucessor de Coronel, o deputado estadual Nelson Leal (PP), confirmou a existência do déficit milionário e disse que a gestão do parlamentar do PSD colocou a Assembleia em estado pré-falimentar. Leal afirmou ainda que não sabe mais o que fazer para regularizar as finanças do Legislativo e pagar dívidas legadas por Coronel. Sobretudo, pelos sinais de que o governador Rui Costa (PT) dificilmente fará suplementação orçamentária para tapar o buraco. Além da conta Até o momento, foram detectados indícios de sobrepreço em diversos contratos e gastos excessivos em projetos da Casa. Entre os quais, o programa Assembleia de Carinho, tocado pela esposa do então presidente, Eleusa Coronel.

Supremo imbróglio O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar a ação impetrada pela OAB contra um artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada pela Assembleia Legislativa em 2018. A entidade afirma que o dispositivo da lei, em que o governo do estado definiu a aplicação do orçamento para este ano, é inconstitucional, por determinar que as despesas previdenciárias pagas pelo Executivo a servidores inativos da Justiça sejam computadas nos limites de gastos com pessoal do Poder Judiciário. Prática que, segundo a OAB, afronta a Constituição.

Oferenda devolvida Ontem, a ministra do STF Cármen Lúcia requereu, em caráter de urgência, que o governador Rui Costa e o presidente da Assembleia, Nelson Leal, se manifestem em cinco dias, assim como a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República. Caso o artigo da LDO seja derrubado, o governo terá que reincluir nas contas do Executivo os repasses para aposentadorias e pensões do Judiciário baiano. O que elevaria ainda mais os gastos da gestão de Rui com pessoal, motivo de alerta expedido pelo Tribunal de Contas do Estado sobre as finanças do governo em 2018, aprovadas também com ressalvas e recomendações pelo órgão.

Lacuna aberta A disputa pela prefeitura de Ilhéus em 2020 se tornou um dos grandes nós no tabuleiro da oposição para o interior. A quase um ano da corrida eleitoral, os cardeais do grupo liderado pelo DEM ainda não encontraram nomes competitivos para concorrer no páreo dominado por quadros da base petista, incluindo o prefeito, Mário Alexandre (PSD), candidato à reeleição no oitavo maior eleitorado da Bahia.

Linha e anzol Dirigentes do PSB se movimentam para tentar atrair o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani. A ofensiva é encabeçada por Domingos Leonelli e Rodrigo Hita, respectivamente, ex-secretários estaduais de Turismo e de Ciência e Tecnologia. Ambos veem  Bellintani como alternativa do partido para a sucessão em Salvador.

Pílulas: Equipe aditivida - É no mínimo curioso o argumento usado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) para  justificar a licitação de R$ 176 mil destinada à compra de 28 mil pacotes de café extraforte e 10 mil quilos de açúcar. Segundo o TJ,  a bebida aumenta o “desempenho cognitivo e psicomotor”, eleva “o estado de alerta” , a “capacidade de aprendizado e concentração”, a “energia”, além de reduzir “o cansaço” dos usuários.

Sem trancos - Ficou para 3 de julho a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da prefeitura pela Câmara de Salvador. Assim como ocorreu na Assembleia ontem, a aprovação deve ser tranquila e garantida por acordo de líderes. A estimativa de receita para 2020 é de R$ 8 bilhões, com R$ 1,3 bilhão em investimentos, 8,3% maior que o previsto para 2019.