Governo Bolsonaro emitiu atestado de que pai de presidente da OAB foi morto pelo Estado

Hoje, presidente afirmou em 'live' que Santa Cruz teria sido morto por militantes contra ditadura

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  • Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2019 às 20:13

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Divulgação

A Comissão de Mortos e Desaparecidos do Ministério dos Direitos Humanos emitiu na última semana um atestado de óbito que informa que Fernando Santa Cruz teve "morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985". Fernando foi pai de Felipe Santa Cruz, presidente da OAB.  A informação foi divulgada pela Época.

Mais cedo, o Jair Bolsonaro afirmou que sabia o que tinha acontecido com o pai do presidente da OAB. Em uma live, depois da repercussão de sua fala, disse que não foi o Estado quem matou Fernando.  "Eles (militantes da Ação Popular companheiros de Fernando na luta contra a ditadura) resolveram sumir com o pai do Santa Cruz", afirmou. "Não foram os militares que mataram ele não, tá? É muito fácil culpar os militares por tudo que acontece".

O documento com informação sobre o óbito foi emitido já no governo Bolsonaro diz que o então estudante de direito "faleceu provavelmente no dia 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro/RJ". Documento com informação sobre óbito do pai do presidente da OAB (Foto: Divulgação) Há também um documento do Ministério da Aeronática de 8 de setembro de 1978 que informa que Fernando foi preso em 22 de fevereiro de 1974. Na época classificado como secreto, esse documento hoje está no Arquivo Nacional disponível para o público. 

Fernando era militante no Recife. Segundo o livro Memória e Verdade, editado pelo governo federal, foi preso por agentes do DOI-CODI no Rio, quando ia se encontrar com Eduardo Collier Filho.