Governo de SP fará 'estudo inédito no mundo' para testar imunização em Serrana

Dois terços da população da pequena Serrana receberão doses da CoronaVac

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  • Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 15:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução/TV Globo

O governador João Doria (PSDB) anunciou que vai vacinar toda a população de Serrana, no interior do Estado, para testar a eficiência da Coronavac em frear a transmissão do coronavírus. De acordo com Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, esse seria o primeiro estudo do tipo em todo o mundo e deve imunizar 30 mil pessoas para medir parâmetros como uma possível imunidade de rebanho, efeitos econômicos e taxa de transmissão do vírus.

"Queremos provar que, além de eficaz e segura, a vacina também pode reduzir o contágio da covid-19", apontou o governador. Batizado inicialmente de Projeto S, o estudo escalonado por conglomerados terá início no próximo dia 17. "Queremos determinar qual o efeito da vacinação em massa sobre a evolução da epidemia. Normalmente, esses dados aparecem após os programas de vacinação, no final do ano", explicou Covas.

Os resultados do estudo devem estar disponíveis três meses após o início da imunização no município, que foi escolhido por ter uma população pequena, com taxa de infecção elevada e conter um centro de pesquisa ligado ao Estado. De acordo com Covas, outro ponto analisado foi o fato de grande parte dos moradores de Serrana trabalhar em outra cidade.

Ao longo do estudo, os critérios avaliados serão a taxa de transmissão da infecção, a redução do uso do sistema de saúde (carga da epidemia), a possível imunidade de rebanho e outros efeitos indiretos, como impacto na economia, aceitação da vacinação e a ocorrência de efeitos colaterais que não tenham sido observados anteriormente. A Coronavac será aplicada em cerca de 30 mil habitantes acima dos 18 anos, que serão submetidos a um censo de georreferenciamento e divididos em quatro regiões, que também foram repartidas em outras sub-regiões.

Greve de professores Tanto o governador quanto o secretário de Educação do Estado, Rossieli Soares, criticaram a greve proposta pelo Sindicato dos Professores contra a retomada presencial das aulas, que começou nesta segunda, 8, com o início do ano letivo de 2021. "Apesar da tentativa do sindicato de proibir a educação e os professores de estarem trabalhando, nitidamente ele fracassou. Os professores demonstraram compromisso absoluto e não tivemos nenhuma escola que tenha interrompido suas atividades por adesão à greve, exceto em casos pontuais", afirmou Rossieli.

De acordo com ele, os professores que aderirem à greve serão punidos com registro de falta na folha de pagamento. O secretário ainda reforçou que o País está há mais de 43 semanas sem aula e que "não dá para falarmos que educação não é prioridade". Ainda nesta manhã, Rossieli já havia anunciado que os salários dos professores que não retornarem à escola serão descontados a partir de hoje. O governo também estuda acionar a Justiça contra a greve.

"Sem adesão, a greve proposta pelo Sindicato dos Professores não impediu a volta às aulas na rede estadual de educação", disse Doria, afirmando que a retomada do ensino foi feita de forma "gradual e segura". Neste primeiro dia de reabertura oficial das escolas, sete unidades foram fechadas por casos de contaminação do coronavírus.

Ainda na sexta, a administração João Doria recuou da obrigatoriedade de presença dos estudantes nas escolas públicas ou particulares do Estado durante a fase amarela do Plano SP no Estado. No último dia 13, uma resolução do Conselho Estadual de Educação havia estabelecido a obrigatoriedade de o aluno frequentar pelo menos 1/3 das aulas. Dias depois, Soares revogou essa obrigatoriedade nas fases vermelha e laranja, mas manteve nas demais etapas, até recuar também desta decisão na última semana.

Ao todo, o Estado de São Paulo já tem 1.851.776 casos confirmados do coronavírus e 54.663 mortes pela doença.