Governo rebate aliados e nega recuo nos cortes ao MEC

Decisão vem na véspera de greve e protesto marcado para esta quarta (15)

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  • Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2019 às 19:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: AFP

O govero de Jair Bolsonaro negou nesta terça-feira (14) que vá recuar de cortes no Ministério da Educação (MEC), na véspera de protestos marcados por todo o Brasil por conta do contigenciamento.

Líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PLS-GO) disse ao Uol que o presidente ligou para o ministro Abraham Weintraub para determinar que o corte fosse suspenso. O telefonema aconteceu diante de líderes partidários que estavam com o presidente no Palácio do Planalto hoje, diz o político. Estavam presentes os líderes do Patriota, Novo, Cidadania (PPS), PSL e PSC, entre outras legendas.

"O presidente ligou para o ministro na nossa frente e pediu para rever. O ministro tentou contra-argumentar, mas não tem conversa", afirmou. O valor contigenciado não seria cortado de outra pasta, acrescentou ele ainda. 

Logo depois da notícia ser publicada, o Ministério da Educação e a Casa Civil negaram o recuo e afirmaram que os cortes estão mantidos. Além de Delegado Waldir, outros quatro líderes partidários tinham confirmado a informação. "O presidente anunciou para oito líderes de partidos. Nós fizemos um apelo para que o ministro da Educação não cortasse. Ele ligou para o ministro e falou: 'Não vamos cortar'. Falou que não há necessidade de fazer esse corte agora", afirmou a O Globo José Nelto (GO), líder do Podemos na Câmara.

O Ministério da Educação nega que Weintraub tenha falado com Bolsonaro por telefone, como dizem os relatos. A Casa Civil divulgou uma nota. "Não procede a informação de que haverá cancelamento do contingenciamento no MEC. O governo está controlando as contas públicas de maneira responsável". Também o Ministério da Economia comentou. "O Ministério da Economia esclarece que não houve nenhum pedido por parte da Presidência da República para que seja revisto contingenciamento de qualquer ministério", informou em nota.

A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência informou que Bolsonaro se reuniu pessoalmente com Weintraub, ao ser questionada sobre a possível ligação, mas diz que não tem acesso ao que foi dito. A reunião, que segundo a assessoria foi no Palácio do Planalto, não consta na agenda oficial.

Manifestações em universidades e escolas públicas estão agendadas para esta quarta-feira (15) em 26 estados e no Distrito Federal.

Polêmica O bloqueio de 30% no orçamento de universidades e institutos federais foi anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) um dia após o ministro Abraham Weintraub ter dito ao jornal O Estado de S. Paulo que instituições de ensino seriam penalizadas com corte de verbas por "balbúrdia". A pasta esclareceu que o corte seria feito em todas as instituições federais, não só nas que tivessem casos considerados como "bagunça".  O PDT entrou com a ação há uma semana, após o bloqueio ter sido confirmado em decreto publicado no Diário Oficial. No processo, o partido alega que o bloqueio fere artigos da Constituição que tratam do dever do Estado com a educação e da autonomia administrativa e de gestão financeira das universidades.