Grito dos Excluídos faz protesto em Salvador e pede saída de Bolsonaro

Dois trios elétricos animam o público

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  • Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2021 às 10:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nara Gentil/CORREIO
. por Nara Gentil/CORREIO

Manifestantes protestaram contra o governo federal na manhã desta terça-feira (7), no Campo Grande, em Salvador. O Grito dos Excluídos saiu da praça, por volta das 10h, e seguiu pela Avenida Sete de Setembro até a Praça Castro Alves. A ação foi coordenada por outros grupos em todo o Brasil e contou com apoio de centrais sindicais.

Em Salvador, dois trios elétricos e um minitrio animaram o público, enquanto lideranças gritam palavras de ordem. Com faixas e cartazes, os manifestantes pediram a saída do presidente Jair Bolsonaro e cobram medidas mais efetivas contra a violência e a pandemia.

Por conta do protesto, que aconteceu hoje pelos 199 anos da Independência do Brasil, a Transalvador interrompeu o trânsito na região. As primeiras pessoas começaram a chegar antes das 9h, e se organizaram no calçadão da praça. Como o sol estava forte, as sombras das árvores foram disputadas.

Apesar de a bandeira brasileira ser verde e amarela, a maioria do público vestiu vermelho, preto ou branco, simbolizando luto e paz. Segundo a estudante Isabela Barbosa, 24 anos, a escolha foi proposital.

“Verde e amarelo são as cores da nossa bandeira, mas que estão sendo usadas como símbolo de um projeto de governo que não inclui todos os brasileiros. O vermelho é a cor do nosso sangue, que está sendo derramado, e representa a nossa luta. O preto é sinal de respeito pelas vidas perdidas para a pandemia, e o branco é pela paz”, contou.

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Um grupo de católicos, incluindo frades franciscanos, levaram placas com as imagens de grandes líderes pacifistas como Mahatma Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Martin Luter King, e Jesus Cristo. As imagens foram distribuídas para a multidão. Segundo os organizadores a intenção era lembrar da importância da paz e das manifestações pacíficas nas lutas por direitos civis. Também havia um grupo de evangélicos participando do ato.

O evento teve encontro de gerações. Jovens e idosos dividiram o espaço por onde desfilam todos os anos os trios elétricos no carnaval. A professora Maria Helena Silva, 66, foi acompanhada do filho, da nora e da neta. “Estamos vivendo um momento muito delicado na política, na economia e, principalmente, na saúde e na educação. Não podemos nos calar diante desse cenário. É preciso se indignar”, disse.  

Durante o trajeto, alguns moradores estenderam faixas nas sacadas e aplaudiram o movimento. Diversos grupos surgiram dentro da manifestação, como sindicatos, grupos de mulheres e de juventude, a maioria pediu por respeito à democracia e à diversidade.

No ano passado, por conta da pandemia, também não houve desfile militar, mas também não tiveram protestos e o único barulho no circuito foi o da chuva. Alguns comerciantes até aproveitaram a tranquilidade para limpar e arrumar as lojas. Desta vez, não choveu, o comércio também ficou fechado, mas as calçadas ficaram movimentadas. O evento foi encerrado por volta das 12h, na Praça Castro Alves.