Grupo cobra entrega de moradias já prontas e regularização de ocupações em Salvador

Manifestantes ligados ao MSTS também pedem comida para famílias que esperam teto

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  • Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2021 às 21:53

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. por Foto: Paula Fróes/CORREIO

Milhares de famílias de Salvador não têm onde morar e, nos últimos meses, como mais um reflexo trágico da pandemia, também passaram a conviver com a fome. Diante do desrespeito aos direitos constitucionais de moradia e alimentação, dezenas de manifestantes foram ao CAB, em Salvador, na manhã desta segunda-feira (31), cobrar ações mais urgentes para garantir acolhimento e alimento a famílias carentes.

Com cartazes e faixas, pessoas que aguardam a entrega de imóveis já prontos, incluindo unidades do Minha Casa Minha Vida, cobraram celeridade do governo estadual para liberar os imóveis aos novos moradores.

“Nós temos 478 famílias que precisam de uma moradia de imediato, que são oriundas também de um cadastro desde 2007. Antes da chegada do Minha Casa Minha Vida, esse povo já tinha sido inscrito num cadastro feito pela gestão da Conder na época. E tem imóveis que já tem mais de 4 anos que estão prontos, e não foram entregues”, explica Jhones Bastos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MSTS).

“A gente quer que entregue de forma imediata, principalmente, quem já assinou os contratos. Tem gente que assinou há um ano e sete meses e as casas não saíram ainda. Eles (Governo do Estado) dizem que falta o Governo Federal liberar, mas como, se uma parte foi entregue e outra, não?”, questionou a liderança.

Outra questão urgente levada ao sede da Secretaria estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur) foi a liberação de 776 cestas básicas para pessoas que vivem em assentamentos urbanos. “São mais de 700 famílias em situação de extrema emergência”, conta Jhones, que é um fundadores do MSTS na Bahia.

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Regularização e desapropriação O protesto incluiu outras demandas que também se arrastam há anos, e seguem sem solução. Entre elas, a transformação de imóveis inacabados em moradias, através da desapropriação, como o prédio do Atlantic Beach, que fica atrás do Centro de Convenções, e o Edifício Alto Verde, no Trobogy. 

Também reivindicaram a regularização dos terrenos de Vila Vitória, na Fazenda Grande 3; Vila Esperança, em Cajazeiras X; e Vila Marisa, no Vale dos Lagos. “A gente pede que o governo faça a regularização fundiária nas áreas que são do governo e desapropriação nas que sejam de particulares, uma vez que o estado não oferece mais condições de construção de casas populares por falta de recursos”, comentou Jhones. 

Após o protesto, representantes do grupo foram recebidos na Sedur pelo superintendente de Conflito Fundiário, Major Paulo César. Na conversa, o grupo solicitou uma audiência com a cúpula da própria pasta e da Casa Civil para discutir a situação das famílias sem teto e com fome.