Grupo protesta contra o STF com tochas e é acusado de se inspirar no nazismo e na Ku Klux Klan

Autointitulados 300 de Brasília, são liderados pela ativista Sara Winter, um dos alvos do inquérito contra fake news

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  • Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2020 às 13:15

- Atualizado há um ano

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Um grupo bolsonarista fez um protesto na frente do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite deste sábado (30). Autointitulados "300 pelo Brasil", os ativistas marcharam usando máscaras de filmes de terror e carregando tochas acesas. 

Liderados pela ativista Sara Winter, um dos alvos do inquérito contra fake news que tramita no STF, o grupo divulgou vídeos em que fazem saudações como "Ahu". Gritavam, ainda, palavras de ordem como "Viemos cobrar, o STF não vai nos calar". 

Nas redes sociais, políticos, acadêmicos e acusaram o movimento de se inspirar no nazismo, além do Ku Klux Klan, movimento de supremacistas brancos que teve início nos Estados Unidos no fim dos anos 1860. O KKK, como também é conhecido, é organização racista conhecida por promover atos violentos contra negros.

No Twitter, pelo menos quatro assuntos ligados ao protesto estavam entre os assuntos mais comentados deste domingo (31) - era o caso das palavras "Ku Klux Klan", "Sara Winter", "O 300" e "The Purge". O último é o nome de uma franquia de filmes, assim como de uma série de televisão, conhecida por se passar em um futuro distópico. 

A jornalista Shannon Sims, da Bloomberg, foi uma das que comentou o ato. "Estranho ver isso em uma noite de protestos raciais aqui nos Estados Unidos. Mas é isso: uma cena surreal de um protesto contra o Supremmo Tribunal Federal brasileiro". 

Professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, Oliver Stuenkel chamou os ativistas de "lunáticos". 

"Alguns lunáticos de extrema direita se reuniram ontem à noite em Brasília, encenando um comício da Ku Klux Klan. São poucos, mas desesperados por atenção -- e conseguiram: literalmente milhões de pessoas retuitam e assistem o vídeo deles. Nós os ajudamos a ganhar relevância", escreveu.

Confira algumas das repercussões