Guedes diz que não orientou providência por parte do Coaf em investigações

TCU pediu explicação sobre possível levantamento financeiro de jornalista Glenn Greenwald

Publicado em 9 de julho de 2019 às 20:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Carl Souza/AFP

O ministro da Economia, Paulo Guedes, encaminhou nesta terça-feira, 9, ofício ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro José Múcio Monteiro, em resposta a questionamentos sobre supostas investigações de movimentações financeiras do jornalista Glenn Greenwald. O ofício foi protocolado pouco antes de vencer o prazo de 24 horas para que Guedes apresentasse explicações. No ofício, o ministro da Economia afirmou que "não tem conhecimento sobre 'os fatos noticiados nos autos'" e que "não tomou parte de nenhuma questão relacionada aos fatos e situações ali descritos, não havendo, por conseguinte, orientado ou determinado nenhuma providência por parte do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em eventuais investigações levadas a efeito".  Os pedidos de explicação foram motivados pela suspeita de que a Polícia Federal, vinculada ao Ministério da Justiça, tenha solicitado ao Coaf, ligado à Economia, que investigasse possíveis movimentações financeiras atípicas do jornalista Greenwald, do site The Intercept Brasil, responsável pela divulgação de supostas trocas de mensagens por celular entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, então juiz da Lava Jato, e procuradores da operação. No ofício encaminhado ao TCU, Guedes também pontuou que o Coaf, "em face de sua missão institucional e da natureza de suas atribuições, exerce-as com autonomia técnica, o que é rigorosamente respeitado".  Guedes afirmou ainda que, em relação aos controles internos existentes para evitar que os recursos do Coaf sejam empregados em desacordo com sua finalidade, "melhor poderá dizer o próprio Coaf". De acordo com Guedes, "apenas o próprio Coaf poderá detalhar os mecanismos adotados para 'evitar que os recursos do órgão sejam empregados em desacordo com sua finalidade institucional'".