Há de se segurar a empolgação, mas...

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  • Gabriel Galo

Publicado em 19 de agosto de 2019 às 09:36

- Atualizado há um ano

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Sim, tem essa coisa de um ano tenebroso, eliminações recentes, Z4 ainda por perto... Mas não digam que não se abriram os caminhos. Que um Moisés meteu seu cajado no chão e ordenou ao Mar Vermelho-e-preto que se abrisse em recuperação e escapatória.

Pois se o futebol não empolga, outros fatores devem ser levados em consideração. Nisso, a diferença de poucas semanas para agora não é pouca.

Agora tem-se um técnico com perfil vencedor, com currículo e, melhor ainda, profunda identificação com o Vitória. Os corredores da Toca têm seu rabisco, a base tem seu jeito. Técnico que fala pouco e trabalha muito, em vez de proferir veja-bens para justificar o injustificável.

Agora tem-se uma espinha dorsal formada que tranquiliza o trabalho, característica fundamental de todo time que sobe. Martin, Everton Sena, o recuperado Ramon, Chiquinho, Baraka, Gedoz e Jordy são titulares incontestáveis e equilibram forças, agora não mais de formação, mas de aperfeiçoamento.

Agora o Barradão retoma seu poderio, sua aura de local onde ao visitante não se dá ousadia, que respeita o anfitrião e não se cria.

A vida mais mansa internamente tem também muito a ver com a parcimônia do presidente em manter-se alheio a polêmicas. Percebe que não teve mais áudio vazado nem tentativa de culpar terceiros? Reduz-se, pois, o belicismo, focando atenção no que realmente importa.

Nesta toada, a antes esburacada defesa se vê invicta nos 2 jogos. Nada de correr atrás para recuperar o placar! Mete um gol ainda no primeiro tempo e transfere a inglória pro oponente.

São apenas duas partidas, é cedo pra empolgar, mas qual o quê! Antes o “cedo” era para ver qualquer resultado positivo, insistindo-se no errado. É uma questão de ponto de vista. Agora os resultados vêm na largada.

A tarefa decerto não será simples, tampouco fácil. As dificuldades da Série B são mais que conhecidas. Mas a torcida precisava destes alentos. Bastaram sinais que servissem para recuperar o orgulho ferido. Além do mais, torcer é elemento paixão, não razão. Admita-se: tem uma epidemia de empolgação se espalhando.

Reforçada pelas orientações incessantes de Amadeu na beira do gramado. Na velocidade impressionante de Jordylotelli, que põe na frente e ninguém pega. Pela raça de Baraka. Ao ver que a torcida se inflama e passa a acreditar, incluindo nos planos, mesmo num horário ingrato de quarta-feira, encher o Barradão e pressionar o América-MG para que este entre em campo já certo da derrota.

Empolgação que veio também porque a torcida queria se empolgar. No âmago, por mais que a corneta comesse solta, o objetivo sempre foi ver o Vitória maior, mais forte. Que fosse aquele Vitória que alimenta a paixão, que nos define. Que construísse pontes em vez de muros.

O caminho, finalmente, está claro. Com ele, vem alívio e esperança. Diante da reenergização do que se ama, é impossível não se deixar contagiar pela expectativa. E se subir ainda parece longe, deixa ganhar mais duas seguidas pra ver o que acontece...