Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Grupo só localizou laudos de exames anteriores aos apresentados por ordem do STF
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2020 às 22:30
- Atualizado há um ano
Um grupo de hackers anunciou, nesta quinta-feira (14), ter invadido o sistema do Hospital das Forças Armadas (HFA) de Brasília e obtido informações que podem colocar em suspeita os resultados de exames apresentados pelo governo federal referentes a uma suposta contaminação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por covid-19.
Segundo o grupo, denominado 'Digital Sp4ace', no Twitter, não foram encontrados os resultados do exame para coronavírus feito por Bolsonaro no dia 12 de março, após retornar de viagem dos Estados Unidos.
Segundo o site TecMundo, que entrou em contato com um dos hackers, o invasor explicou que a busca teria sido pelo nome do presidente, alguns dos seus pseudônimos e na base de dados do hospital nenhum resultado foi obtido.
Com essa justificativa, eles acreditam que Bolsonaro não tenha feito nenhum teste e que o laudo entregue para o Supremo Tribunal Federal (STF) seria falso.
Pouco depois da publicação, o perfil dos hackers foi tirado do ar temporariamente e o post realizado também foi retirado. Entretanto, eles criaram um novo perfil para divulgar a suposta falha no sistema do hospital e os indícios da busca pelo exame de Bolsonaro.
Entregues nesta quarta (13) pelo governo ao STF, os laudos só foram divulgados após uma ação movida pelo jornal O Estado de São Paulo que queria tornar público as informações de que Bolsonaro havia testado negativo para o coronavírus.
O laudo entregue não constava com o nome do presidente, trazendo os pseudônimos de Airton e Rafael, mas continha CPF e a data de nascimento compatíveis com o líder nacional.
O grupo de hackers explicou ao TecMundo que os únicos registros encontrados na busca no sistema do hospital em nome de Bolsonaro foram de janeiro, omitindo a fala de que ele teria ido fazer o teste no dia 12 de março.
O site da revista Época questionou a Presidência da República sobre a veracidade dos dados vazados e, se eles são reais, o motivo do presidente ter usado pseudônimos para realizar os exames para covid-19, ao contrário do que teria sido feito em outros quatro exames desde o início de seu mandato, e por que o exame não estaria registrado, como afirmam os hackers, no sistema do HFA. A Presidência não quis comentar o assunto.
Em nota, o Exército afirmou que tem ciência do ocorrido e está investigando as causas e os impactos do incidente. "Foram adotadas providências imediatas para mitigar eventuais consequências. Fruto das conclusões da investigação, serão desenvolvidas as ações técnicas e legais necessárias", diz nota da força armada ao Exército.