Homem baleado no Rio Vermelho é segurança, estava de folga e foi atacado com a própria arma

O crime aconteceu por volta das 6h30 desta quarta-feira (3)

Publicado em 4 de maio de 2022 às 11:18

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

O homem baleado no Largo de Santana, no Rio Vermelho, na manhã desta quarta-feira (4), trabalha como segurança na região e estava em seu dia de folga. Ele foi atingido três vezes após outro homem, com quem bebia, tomar seu revólver calibre 38 e atacá-lo. A identidade da vítima não foi revelada.

Ele foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde permanece entubado em uma  Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e deve passar por cirurgia. Segundo policiais militares que estiveram no local, a vítima deu entrada com duas perfurações no peito e uma no rosto.

De acordo com a Polícia Civil, a 7ª Delegacia Territorial do Rio Vermelho investiga a tentativa de homicídio. "O homem estava bebendo com um colega e se desentenderam. Na briga, um deles foi alvejado pelos disparos. O autor dos disparos segue sendo procurado. A vítima foi encaminhada para o HGE onde está em estado grave", diz nota da PC. Imagens de câmeras de segurança do bar estão sendo analisadas.

Tiros De acordo com testemunhas, os tiros foram efetuados por volta das 06h30. Tudo aconteceu após um desentendimento entre três homens que bebiam juntos na praça ao lado do Acarajé da Dinha, que, apesar do horário, estava cheia de gente. 

"Num determinado momento, a briga que estava lá fora veio para a região dos bares, que estava vazia. Um deles, que é segurança e por isso estava armado, puxou o revólver, mas não atirou. Só ameaçou. Aí outro tomou a arma e começou a disparar", conta uma pessoa que passava no momento do ocorrido. "Foi uma correria danada", completa.

Os dois primeiros disparos foram efetuados já dentro da área de um bar, onde normalmente é ocupado por cadeiras. "O homem ferido correu para as mesas do outro bar e acabou caindo. Aí o cara armado se aproximou e deu um outro tiro na direção do rosto", relata outra testemunha. 

Na fuga, o autor dos disparos tentou tomar um carro, mas acabou rendendo um motoqueiro. "Ele foi para o meio da pista e começou a apontar para os motoristas, só que na hora passava um homem numa moto, que foi obrigado a descer. O cara montou na moto e sumiu, largando o revólver no chão", acrescenta. 

O funcionário de um bar, que funciona 24horas no local, disse que viveu momentos de terror. "Estava limpando as mesas quando escutei os pipocos bem perto de mim. Corri na hora. Esses caras estavam bebendo na praça já há um tempo e começaram a confusão entre eles lá. Nunca os vi por aqui". 

Taxistas Ao lado dos bares há um ponto de táxi. "Quando cheguei aqui, umas 7h, o cara ferido já estava sendo levado por equipe do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]", conta um taxista. 

O episódio deixou os profissionais da região espantados. "Todos que trabalham nesse ponto aqui são antigos. A gente já viu muitas brigas aqui, mas algo como hoje foi a primeira vez", relata outro taxista. 

Medo Moradores do entorno do Largo de Dinha contou ao CORREIO que a violência tem sido bastante recorrente na região. "Aqui não tem segurança. A polícia aparece só nesses casos de repercussão. É muito marginal, traficante circulando por aqui. A partir das 18h isso aqui fica entregue à bandidagem. Faz medo até pela manhã, quando a gente vai caminhar", desabafa uma senhora, que mora no local há mais de 20 anos. 

Ela estava na companhia de uma amiga que compartilha da mesma opinião. "A situação é pior na sexta, sábado e domingo, porque vem gente de todo o canto de Salvador e também os turistas. Os malandros circulam vestindo duas, três camisas, fazem o assalto, trocam a roupa e ninguém sabe quem foi", diz.