Humanos selecionados por máquinas

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  • Hugo Brito

Publicado em 12 de junho de 2019 às 09:55

- Atualizado há um ano

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Diversas empresas já usam sistemas de Inteligência Artificial (AI) para fazer a primeira peneira de candidatos a vagas de emprego e estágio. Com essa perspectiva de ser inicialmente escolhido por uma máquina, algumas estratégias podem ajudar a ter o currículo mais competitivo.

A empresa de recrutamento Hays, presente em diversos países do mundo, indica algumas formas simples para se diferenciar nessa escolha não humana, feita por algoritmos que no caso de empresas de seleção são ajustados para focar em pontos pré-definidos pelas empresas e com os quais os sistemas vão destacando e agrupando candidatos por interesse.

É exatamente por ser um processo sequencial e lógico que alguns ajustes no currículo podem fazer as máquinas, digamos, prestarem mais atenção em um determinado histórico profissional ou escolar em detrimento de outro.

Palavras-chave

A diretora da filial australiana da empresa de recrutamento Hays, Jane McNeill, destaca que em primeiro lugar o candidato deve adicionar palavras-chave ao seu currículo e aos perfis profissionais online que sejam relevantes para os empregos que busca. Para descobrir as palavras mais atrativas pode ser feita uma busca pelos chamados job descriptions (descrições de trabalho) para cada cargo desejado. Com essa busca basta encontrar onde estas palavras podem se encaixar melhor. Por exemplo, incluir "gerenciamento de projetos", "governança", "saúde e segurança", "relatório financeiro" ou "gerenciamento de orçamento" nas responsabilidades do candidato ajuda, diz McNeill.

Comportamento também conta

As chamadas soft skills (habilidades comportamentais e/ou gerais) também são levadas em consideração pelos algoritmos de análise especializados em seleção profissional. Palavras como "comunicação", "adaptar", "organizar", "gerenciamento de tempo" ou "profissionalismo", e os nomes dos sistemas que o candidato sabe usar aparecem com destaque nas análises feitas pelos softwares. Os sistemas também extrapolam para além do currículo e buscam nas redes sociais, especialmente as de trabalho como Linkedin.

Ter nelas as suas realizações descritas com frases do tipo: "usei minhas habilidades de gerenciamento de tempo para planejar uma conferência anual bem-sucedida com um orçamento rígido em um curto espaço de tempo", pode ajudar segundo a especialista, que completa frisando que um truque simples é combinar um verbo de ação com uma palavra-chave, por exemplo, ao invés de escrever que "sempre alcançou seus objetivos visados", o uso de uma frase mais afirmativa como "superei as metas estabelecidas em 20% no primeiro trimestre e 18% ano a ano", faz os algoritmos de seleção prestarem mais atenção na sua história profissional.

Ainda no Linkedin um erro fatal deve ser evitado. Deixar o campo de resumo em branco. O mais correto é usar o espaço completo para destacar seus sucessos, habilidades e valor, com palavras-chave apropriadas e diretas. Mas vale aqui lembrar uma outra importante dica. Não minta no currículo. Ser verdadeiro é essencial pois, após ser peneirado por computadores, o bom e velho ser humano volta a entrar em ação na figura do recrutador... pelo menos por enquanto.