Idoso morto em assalto morava numa Igreja Evangélica de Salvador

Até a manhã dessa terça-feira (5), familiares e fiéis ainda não tinham sido avisados do óbito

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  • Daniel Aloísio

Publicado em 5 de maio de 2020 às 15:43

- Atualizado há um ano

. Crédito: Daniel Aloisio/CORREIO

Claudinei Ribeiro de Lima, o idoso de 71 anos morto nesta segunda-feira (4) ao reagir a um assalto num ponto de ônibus do Garcia, morava numa igreja evangélica do bairro, a Associação Apostólica do Salvador. Segundo as pessoas que trabalham na região, a vítima era vista constantemente naquele ponto e subindo a ladeira da Rua Martin Francisco, onde fica a Igreja.  

O CORREIO foi até o centro religioso, que funciona num local onde era uma escola antigamente, o que pode ser confirmado pelas pinturas na parede desgastada do local. Lá encontramos o senhor José Paulo, de 66 anos. Ele também vivia na Igreja como um acolhido. 

“O Claudinei tinha um problema familiar e veio pra cá, assim como eu. Nós somos ajudados com comida, roupa e cuidamos do local”, explicou. José Paulo ainda esperava o amigo chegar quando a reportagem foi à igreja. “Normalmente ele dormia aqui, mas as vezes ia para o Nordeste (de Amaralina), de noite e voltava logo de manhã. Ontem ele saiu com uma sacola preta debaixo do braço”, lembrou.  

Provavelmente, era nessa sacola que estavam os pertences do cidadão que sofreu a tentativa de assalto. De acordo com testemunhas que não quiseram se identificar, a vítima esperava o coletivo passar, quando dois homens armados chegaram num carro prata, modelo classic, e anunciaram o assalto. O idoso foi baleado e os assaltantes fugiram.   A Polícia Militar esteve no local do crime (Foto: Reprodução/TV Bahia) Ainda segundo José Paulo, tanto ele como Claudinei estavam se preparando para se tornar diáconos da Associação Apostólica do Salvador, que tem influências do movimento pentecostal. Essa igreja faz parte de uma rede protestante espalhada em outras cidades do Brasil, sempre com a denominação inicial de “Associação Apostólica”. Na capital baiana, cerca de 40 pessoas fazem parte do movimento.  

“A gente faz acampamentos em Jauá e nossos cultos acontecem às quartas-feiras e sábados, pela noite, e no domingo, pela manhã. Nesse período de distanciamento social, os eventos são pela internet”, disse José Paulo, que ao ser informado pela reportagem da morte do amigo, entrou em contato com outros membros da igreja, que avisaram aos familiares.  

O corpo de Claudinei foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador, mas, até o fim da manhã dessa terça-feira (5), ainda não tinha sido retirado. O crime é investigado pela Polícia Civil. 

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro