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Paulo Leandro
Publicado em 14 de abril de 2019 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Luz, quero luz! Precisamos de toda luz num país sob ataque de sandices tipo terra plana, nazismo de esquerda, manga como prato principal e o negacionismo de reescrever a história, trocando heróis e bandidos, ditaduras por democracias, golpe por revolução.>
Do jeito que a mentira criou pernas longas e a ignorância ganhou poder, logo, logo, vão até inventar que o Bahia nunca foi campeão do Brasil, sua torcida é menor que a da Liga Amadora Lençoense de Futebol (Lalf) e os ídolos são invenção do marxismo cultural.>
Não duvide, não! Se uma parcela dos brasileiros é capaz de crer piamente nas maiores colhudas que já se ouviram na história deste país, não se deve descartar que alcance o futebol este obscurantismo sem vergonha.>
Precisamos resgatar o iluminismo para espantar a treva: o “futilball” é uma das formas, a mais eficiente e lúdica, de reaprendermos a defender o conhecimento, o saber e a pesquisa séria. Livros à mancheia, declama o poeta!>
Embora o Vitória tenha sua produção, a boa fase é do Bahia, com dois novos livros. Um dos nossos “diderots” tricolores é Antônio Matos, a quem chamamos Nininho, por todo carinho que sempre merecerá.>
Nininho iluminou a história dos eternos campeões da I Taça Brasil, ao lançar o livro Heróis de 59. Mais um golaço editorial é de Afrânio Sales, com Época de Ouro do Futebol Brasileiro (1958-1970), tratando da Taça Brasil, Taça de Prata e Robertão.>
Outro dos grandes iluministas tricolores é o nosso Rousseau, Nestor Mendes Júnior, com o luxuoso Bahia Esporte Clube da Felicidade, e o precioso Nunca Mais, contando como foi a dura revolução tricolor até chegar ao voto direto do associado.>
Muito obrigado a Nestor por citar o nome do repórter e do professor, reconhecidos no irrestrito apoio aos movimentos de renovação do Bahia, que eram censurados pela crônica de Maria Antonieta - a última rainha da França, condenada à guilhotina depois que a Revolução Francesa expurgou a monarquia.>
Luis Antonio Botelho contribuiu com Raudinei aos 46, contando a epopeia do gol marcado nos acréscimos na final de 1994. Clara Albuquerque escreveu Os dez mais do Bahia, coleção de biografias de ídolos, escolhidos em júri que tive a honra de integrar.>
O livro Bahia - 80 anos contados por suas camisas é a contribuição de Duda Sampaio, Ruy Guimarães, Arilde Júnior, Alexandre Teixeira, Ronei Dias e Eduardo Guimarães.>
Elton Serra escreveu Década de Ouro, destacando ídolos do hepta 1973-79; os enciclopedistas dalembertianos Carlos Casaes e Newton Calmon produziram Bahia de todos os títulos, uma varredura precisa das glórias de 1931 até 1969.>
Normando Reis deu sequência com Bahia, uma história de glórias e Leandro Silva nos legou União de uma nação, narrando as alegrias do bi.>
Tem mais livros do Bahia, se for dar uma busca na estante, mas estes citados já são representativos da proposta de ilustrar com o poder do conhecimento a importância de respeitar a história em vez de retorcê-la em desfaçatez.>
Já pensou se espalham pelo WhatsApp que o Bahia é um clubinho qualquer e deve ser exterminado, por ser nordestino? Todo nazi sabe que a mentira repetida vira verdade. O livro é seu fuzil. Mate a estupidez com 80 tiros! Ou siga sua vidinha ridícula de manada.>
Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.>