Indecisão: mais da metade dos jovens não sabem o que escolher no Sisu

Inscrições abrem na próxima terça-feira (21), mas estudantes ainda estão cheios de dúvidas

Publicado em 18 de janeiro de 2020 às 12:48

- Atualizado há um ano

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As incrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) estarão abertas entre os dias 21 (próxima terça-feira) e 24 de janeiro. Mas, mais da metade dos jovens ainda não sabem escolher seus futuros profissionais. Uma pesquisa realizada em 2019 pelo Cedaspy Professional School – que atua na preparação profissional de jovens – estima que 60% dos estudantes têm dúvida quanto ao futuro, seja pelo receio de não ser recompensado financeiramente ou pelas tendências de mercado.

As transformações do mercado de trabalho tem, acredita a psicóloga e especialista em orientação profissional Emille Cerqueira, gerado novas demandas. “O leque de opções hoje está cada vez mais amplo e diversificado, isso acaba por gerar ainda mais insegurança entre esses jovens”, explica Emille.

A aprovação dos pais e olhar da sociedade sobre certas ocupações também pensam na escolha."É preciso refletir sobre seu real interesse em atuar nela por anos, caso contrário pode acabar frustrado", explica.  Os jovens ainda se inscrevem por nota de corte baixas, o que é apontado como um erro frequente. Apenas na Bahia, serão ofertadas 15.440 vagas,  distribuídas em 11 universidades públicas do estado. Salvador é a cidade do estado que possui mais vagas na primeira edição do Sisu 2020 - são 4.859 divididas entre a Universidade Federal da Bahia (Ufba), a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba). 

Como participar

Os candidatos que fizeram o Enem de 2019 podem se inscrever para o Sisu 2020, mas é preciso ter nota acima de zero na redação e não ser treineiro. Algumas instituições ainda adotam notas mínimas ou médias mínimas para inscrição em determinados cursos. Em casos como este, o sistema emite mensagem com esta informação para os vestibulandos que não possuem a pontuação.

Para se inscrever no Sisu, o candidato precisa apenas do número de inscrição e senha cadastrados no Enem de 2019. A matrícula em uma instituição de ensino, entretanto, exige outros documentos.

Ao se inscrever no Sisu, o candidato pode escolher até duas opções entre as vagas ofertadas. É possível mudar a vaga escolhida até o final da período de inscrição no processo seletivo e os vestibulandos também podem participantes de uma Lista de Espera nas faculdades que a oferecem. Quem for escolhido em uma das opções de graduação só terá esta oportunidade de fazer a matrícula e não pode participar da Lista de Espera.

Quem já estuda em uma instituição pública de educação superior e fez o Enem 2019 pode concorrer a uma vaga no Sisu, porém, não é possível ocupar duas vagas nestas instituições geridas pelo estado simultaneamente.

Como minha nota foi calculada? Para entender a sua nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 - divulgada na última sexta-feira (17), é preciso entender a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Cada uma das quatro áreas de conhecimento é calculada a partir de uma escala, que é como uma régua que mede o nível de conhecimento do participante.

Funciona da seguinte forma: o desempenho médio dos candidatos encontra-se no meio dessa régua, os 500 pontos. As questões da prova ocupam, então, uma posição diferente, de acordo com o nível de dificuldade. Nesse sentido, as perguntas situadas abaixo de 500 têm um nível de dificuldade menor para a maioria dos estudantes; as acima de 500, maior.

Se alguém acerta as questões mais difíceis, mas erra aquelas consideradas fáceis, provavelmente "chutou" as respostas. Por isso, terá uma nota inferior à de um estudante que acertou o mesmo número de questões consideradas mais fáceis, mas errou as mais complexas. Assim, duas pessoas que fizeram a mesma edição do Enem e tiveram número igual de acertos podem ter notas diferentes.

Já a redação não é calculada pelo TRI. Os textos são corrigidos um a um por mais de 5 mil avaliadores. Cada um recebe até 200 redações por dia e analisa mais de 150 textos a cada três dias. Todas as redações são avaliadas por dois professores em plataforma online, com texto sem identificação. Cada um desconhece a nota atribuída pelo outro. Se as notas atribuídas forem diferentes em até 80 ou 100 pontos, um terceiro professor fará a correção.  A nota final da redação é a média aritmética das duas notas totais que mais se aproximam.