Índia é morta a tiros dentro de casa e marido acaba preso no Sul da Bahia

Policiais encontraram suspeito armado numa fazenda

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  • Hilza Cordeiro

Publicado em 1 de junho de 2020 às 17:10

- Atualizado há um ano

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Laureane Ferreira foi morta a tiros (Foto: Reprodução/Redes sociais) Uma mulher indígena foi assassinada a tiros na noite deste sábado na cidade de Itaju do Colônia, no Sul da Bahia. Identificada como Laureana Ferreira Borges, 29 anos, a índia da etnia pataxó hã-hã-hãe foi encontrada caída em casa. De acordo com a Polícia Militar, uma guarnição foi chamada ao local e, ao chegar por volta das 18h, foi informada por moradores que o autor dos disparos teria sido o marido da vítima, apontado como Jefferson Dias, 24.

Após a constatação do óbito, os militares isolaram a área até a chegada do Departamento de Polícia Técnica (DPT), responsável pela perícia. Na tarde do dia seguinte, policiais da  Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT/Rondesp Sul) e da 63ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Ibicaraí) souberam, através de denúncias, que o suspeito estava na Fazenda Bodas de Ouro, no distrito de Palmira, também no município Itajú do Colônia. 

Os militares então foram até o local e prenderam o homem, que estava com um revólver calibre 38. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Itabuna. A Polícia Civil informou que ele entregou a arma usada no crime e confessou que atirou na esposa após uma discussão.

De acordo com a Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí), Laureana Ferreira era conselheira local de saúde da Aldeia Bahetá e morava na Terra Indígena Caramuru Paraguassu. Ela deixa duas crianças, entre elas uma bebê de 11 meses.

Apoiado pela organização Malala Foundation — dedicada à emancipação de meninas —, o projeto baiano de luta feminista indígena Cunhataí Ikhã (Meninas na Luta) emitiu uma nota contra o episódio de violência.

“Laurena é mais uma das muitas vítimas de feminicídio no Brasil. Tantas histórias apagadas. Lares de adoção no Brasil estão repletos de crianças que as mães tiveram suas vidas violentamente interrompidas. Além de tóxica e cruel, a masculinidade pode ser fatal. Não podemos nos calar e muito menos naturalizar esses acontecimentos. A morte de uma mulher fere a todas, mas também levanta a voz de muitas. Somos um pouco de todas e muito de cada uma de nós”, publicou o coletivo.