Inovação é imprescindível para futuro da mineração, avaliam membros do setor

"A mineração é meio ambiente, é sustentabilidade de comunidades carentes", diz especialista

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  • Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

Se nos últimos anos a mineração ficou relacionada diretamente à prejuízos ambientais, sociais e financeiros no imaginário da população brasileira, os membros do setor garantem que a área é imprescindível para a manutenção da vida humana. Apesar da convicção formada, eles alertam: quem não inovar, não vai sobreviver, mesmo com a importância da atividade.

Uma das saídas para quem quer começar a inovar agora é entender que a mineração não é mais apenas a mineração. As empresas precisam sair apenas de seus “territórios” e entender os seus negócios em meio a todo os seus públicos estratégicos. O assunto foi debatido no terceiro painel da primeira edição do Fórum Internacional de Sustentabilidade na Mineração, que ocorreu nesta quarta-feira (14) em Salvador.

“O ecossistema é a nova estrutura do tecido empresarial. Não é mais pirâmide, são redes, e é isso que a gente está envolvido. A mineração não é mais mineração. A mineração é meio ambiente, é sustentabilidade de comunidades carentes. Essa fronteira do setor está mudando. Nós devemos acelerar a inovação”, explicou Walter Pieracciani, Sócio-Fundador da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas.

A inovação para Pieracciani é a saída para que empresas brasileiras passem a ser competitivas mundialmente. A fórmula, para ele, é ter mais conexões entre startups e empresas, empresas e governo, além de universidades e governo.

O engenheiro químico e professor da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Luiz Rogério Lima, destacou que as empresas de mineração possuem uma tendência de trabalhar apenas com o seu pessoal e que apenas em alguns casos específicos que fazem uso de consultores e empresas especializadas. 

“Quando falamos em inovação na indústria mineral a gente fala em novas técnicas, novos métodos, novos equipamentos mas é uma indústria que é naturalmente conservadora e não é uma indústria que se pode interpretar inovação da mesma forma que se interpreta em outros setores. O tratamento de rejeitos é uma inovação para algumas indústrias, por exemplo. Existem problemas que não têm solução à nível mundial e existem algumas empresas que atacam esses problemas, então aí cabe o termo inovação”, defendeu.

Para o pesquisador do IF Baiano, Aguinaldo Freire, o mais difícil nessa inovação é fazer com que empresas, governo e instituições de ciência e tecnologia conversem e consigam atuar de maneira convergente para impactar a sociedade. Fabiana Carvalho, do Núcleo de Desenvolvimento Estratégico do IEL/FIEB, apresentou o Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), que busca aumentar o número e a qualidade dos negócios realizados na Bahia através de avaliação e capacitação de empresas para, justamente, haver a inovação do setor.