Inovações ajudam a conciliar desenvolvimento econômico com sustentabilidade

‘Estratégias de empresas para os novos tempos’ foi tema de Webinar do Agenda Bahia

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  • Edvan Lessa

Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Investimentos em tecnologias para melhorar processos e analisar dados, ações sustentáveis e valorização dos recursos humanos já são uma realidade em empresas baianas. No quarto painel da tarde de ontem (9) do Fórum Agenda Bahia 2020, líderes de três empresas explicaram como inovações tecnológicas têm sido decisivas para a competitividade e o cumprimento de agendas positivas para o meio ambiente.

Diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge Soto iniciou o painel com um gráfico que apontava um dado dramático. Nenhum país está hoje num nível de sustentabilidade ideal. “Nós precisamos mudar essa situação e, para mudar, precisamos inovar e cooperar. Ninguém alcança isso sozinho”, considerou Soto.

Para o diretor, é importante pensar na “desmaterialização” dentro do setor produtivo. Ele explicou que quanto menos materiais forem utilizados, menor o impacto ambiental. O termo “desmaterialização”, aliás, tem a ver com a demanda da população mundial por recursos naturais.

Na indústria química, como é o caso da Braskem, Soto aponta a ênfase no aumento da capacidade de computadores e transmissão e análise de dados para melhorar, por exemplo, a logística, e o desenvolvimento de biomateriais.

Pandemia Ele destacou a importância da atividade em meio à pandemia. “A indústria química está na base da saúde. Hoje, seguramente, não dá para fazer tratamento sem produtos de algum modo ligado à química”, lembra. 

Na visão de Bruno Caldas, gerente regional de tratamento e valorização de resíduos do Grupo Solví, operar com segurança se tornou um valor e uma estratégia de ação durante a pandemia do novo coronavírus, quando se notou um aumento de pelo menos 6% na produção de resíduos. “Em tempos de pandemia a gente lembra dos profissionais dos serviços médicos, segurança, mas homenageio a todos os profissionais de limpeza urbana”, ressaltou.

Com sede regional atuante em Salvador e Região Metropolitana, o Grupo Solví atua com tratamento e disposição final de resíduos industriais e domésticos. Durante a pandemia mundial, a empresa manteve os profissionais em atividade, mas houve baixa contaminação à política de segurança. hoje, ele diz, a companhia é desafiada por questões estruturais relacionados à gestão dos resíduos sólidos no país. “A logística é um desafio em relação ao fortalecimento do nosso setor, a ter marcos regulatórios. Há mais de quatro mil lixões no Brasil e precisamos fazer uma gestão adequada dos resíduos”, expôs. 

“Nós trabalhamos com combustível derivado de resíduo, aterro classe um, manufatura reversa, reciclagem e aproveitamento de resíduos tecnológicos, o que contribui para a gestão dos resíduos”, acrescenta Bruno Caldas. O apoio a startups também faz parte do compromisso com os novos tempos.

Paulo Misk, que preside a Associação das Empresas de Mineração na Bahia (SINDIMIBA); é presidente & CEO da Largo Resources e Vanádio de Maracás, argumenta que a atividade mineradora também tem equilibrado a agenda ambiental e econômica, graças à incorporação de inovações. “As mineradoras fazem muito para compensar os impactos pontuais. Nós estamos muito preocupados em causar o mínimo impacto possível”, garantiu.

Um dado trazido por ele, abordou o consumo de água no setor. “Apenas 0,8% da água utiliza no Brasil é gasta na mineração. Na mineração já está incorporado o reuso e a utilização consciente”, diz. Na visão do CEO, pensar em um mundo sustentável deve incluir a mineração, já que os minérios são matéria prima para uma série de insumos tecnológicos, permitindo a inovação em diferentes áreas produtivas.

“O caminho que a mineração tomou nos últimos anos, vai continuar. Na geração de emprego, na arrecadação de impostos, desenvolvendo o interior baiano e de uma forma bastante sustentável”, contextualizou. “Não só através das nossas operações, mas também através dos nossos produtos”. Para presidente do SINDIMIBA, drones, digitalização de plantas, robótica, automação e o que está na vanguarda para as empresas, só é possível causar impacto se a empresa valoriza o próprio capital humano. “Através da tecnologia, de muito esforço, de muito estudo e com foco na pessoas”, finalizou.

O Fórum Agenda Bahia 2020 é uma realização do CORREIO, com patrocínio do Hapvida, parceria  do Sebrae, apoio da Braskem, Claro, Sistema FIEB, SINDIMIBA, BATTRE e Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro e apoio institucional da Rede Bahia e GFM 90,1.

Reveja a íntegra do evento: https://youtu.be/aeHdrqYPLYo​​​​​​​​​​​​​​

Novos tempos e pandemia“A solidariedade em nossa cadeia de valor foi uma das nossas estratégias durante a pandemia. A indústria química está na base da saúde. Hoje, seguramente, não dá para fazer tratamento sem produtos de algum modo ligado à química”. Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem“A gente adotou medidas de afastamento, todas as medidas de prevenção para garantir a qualidade e manutenção dos nossos serviços. Eu acho que isso mudou a forma como a sociedade vê os serviços que são prestados por nós. Garantimos que a cidade continue limpa e os resíduos fossem recolhidos e dispostos de forma correta” Bruno Caldas, gerente regional de tratamento e valorização de resíduos do Grupo Solví“A gente já vinha com essa forma de atuar, respeitando as pessoas, dando oportunidades iguais, tratando a nossa comunidade com carinho. A pandemia veio trazer isso mais forte ainda. A gente fez questão de aderir ao não demita e mantivemos todo mundo. Não podemos querer resolver o problema com a parte mais ‘fraca’. Só vale a pena focando nas pessoas”. Paulo Misk, presidente da Associação das Empresas de Mineração na Bahia (SINDIMIBA) e presidente & CEO da Largo Resources e Vanádio de Maracás