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Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Quando ouvimos a palavra inovação é comum relacionarmos a criação ou incremento de algo. Quando falamos em educação, ocorre a imagem de salas de aula, professor falando e alunos, de forma disciplinada, de preferência, ouvindo e respondendo as questões. Tudo dando certo, vão passando de um ano letivo para o outro. Ao final, precisam ir bem no ENEM. Desta forma, educação e inovação podem parecer palavras que não se relacionam. Todavia, com o avanço tecnológico e a necessidade de se aproximar das demandas de aprendizagem dos estudantes, cada vez mais conectados, as escolas são levadas a reinventar os espaços pedagógicos, as metodologias de ensino e a ampliar a utilização de ferramentas tecnológicas.
A questão é que ainda nos questionamos sobre o impacto da inovação nos resultados de aprendizagem. Há que se perguntar: o que esperamos da escola hoje? Mais do que se dar bem em avaliações externas, queremos pessoas criativas, adaptáveis, com capacidades digitais e socioemocionais, como empatia, habilidades de relacionamento, inteligência emocional, trabalho em equipe e empreendedoras.
Os recursos tecnológicos não são o bastante para considerarmos que o fazer pedagógico mudou. Esse movimento ainda desafia os professores porque a impressão que se tem é que os estudantes já chegam com tantas informações e habilidades digitais que não conseguem focar e se interessarem pelo que os professores apresentam. Mas não poderiam ser exatamente essas características as vantagens do processo de ensinar nos dias de hoje? Desafiar os estudantes a organizarem as informações, confrontarem, aprofundarem e procurarem respostas em que o conhecimento possa ser alcançado de maneira a protagonizarem mais?
Os estudantes querem experimentar e relacionar com a vida o que aprenderam. Alguns se perdem na forma de demonstrar isso e usam caminhos que desestabilizam os professores e até os próprios colegas. Investir na formação de professores de forma contínua pode ajudar na reflexão das práticas considerando o sujeito que aprende. O como fazer será sempre mais importante do que a inovação em si.
Quando ouvimos falar de sala de aula invertida, por exemplo, termo criado pelos educadores Bergmann e Sams, há mais de 10 anos, não podemos pensar que se trata de aluno ler algo antes da aula e o professor o colocar para explicar o conteúdo para os colegas. Agora, imagine se fosse invertida no sentido de o estudante estudar em casa, seja por videoaula ou outra forma, elencar suas dúvidas e questões para usar o tempo da aula para essa mediação do professor, no lugar da exposição linear, otimizando a hora-aula para efetiva elucidação e indicações de caminhos para construírem as aprendizagens?
Inovação na educação é buscar que o fazer educativo esteja conectado às metas de aprendizagem, combinando as metodologias (ativas) com as formas em que o aprendiz protagoniza o aprender e o professor o desafia a querer continuar aprendendo.
Cléssia Lobo é gerente de Educação e Cultura do SESI Bahia, pedagoga, mestre em Educação, com especialização em Neuropsicologia, Gestão Educacional e Educação de Jovens e Adultos
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são responsabilidade dos autores