Inquérito sobre fake news: PF cumpre mandados em casas de políticos e blogueiro

Mandados são cumpridos no DF e em cinco estados

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  • Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2020 às 08:22

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O deputado estadual Douglas Garcia (PSL-RJ), o blogueiro Allan dos Santos, o Allan Terça Livre, e o ex-deputado Roberto Jefferson são alvos de um operação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (27). A operação é fruto de um inquérito sobre fake news do Supremo Tribunal Federal (STF), com relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Ao todo, são 29 mandados de busca e apreensão. Eles estão sendo cumpridas no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Mato Grosso, no Paraná e em Santa Catarina.

As investigações tramitam em sigilo e apuram suspeitos de terem atacado a honra ou tentado ameaçar ministros.

O empresário Luciano Hang, das lojas Havan, também é alvo da operação. Segundo o G1, as buscas foram realizadas nas casas dele e de Roberto Jefferson, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina.

O deputado Douglas Garcia disse à reportagem do Estadão que os agentes da PF estiveram em seu gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo e apreenderam computadores. O deputado disse que as buscas são "lamentáveis".

A blogueira Sara Winter publicou uma foto de um mandado em seu perfil no Twitter e afirmou que também foi alvo da operação. "A Polícia Federal acaba de sair da minha casa. Bateram aqui às 6h da manhã a mando do Alexandre de Moraes. Levaram meu celular e notebook. Estou praticamente incomunicável! Moraes, seu covarde, você não vai me calar!!", escreveu. 

O youtuber Enzuh também publicou uma foto do mandado e insultou o ministro do STF no Twitter. "Hey Alexandre de Moraes, você não passa de um mafioso filho de uma puta. Fake News foi sua mãe uma vez dizer que você era bonito, seu arrombado desrespeitoso de uma merda. Que fique para a história: Esse homem aqui não se ajoelhou para um ministro CORRUPTO! (sic)", escreveu.

Inquérito A investigação foi aberta no dia 14 de março de 2019, por portaria assinada pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, e trata de ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares. As apurações já atingiram ao menos 12 pessoas, entre deputados federais, estaduais e empresários bolsonaristas.

Como mostrou reportagem do Estadão, doze perfis com prática sistemática de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais já foram mapeados pelo inquérito. A investigação corre sob sigilo e deve ser concluída ainda neste semestre, quando seguirá para o Ministério Público.

No âmbito de tal inquérito, Alexandre de Moraes cobrou nesta terça-feira, 27, explicações do ministro da Educação, Abraham Weintraub sobre a declaração feita na reunião de 22 de abril, quando Weintraub afirmou que, por ele, "botava esses vagabundos todos na cadeia", "começando no STF". O titular do Ministério da Educação terá agora cinco dias para prestar depoimento à Polícia Federal.