Irmã da prefeita de Lauro de Freitas morre vítima da covid-19

'Nosso amor sempre foi maior que qualquer disputa partidária', escreveu Moema Gramacho

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  • Da Redação

Publicado em 22 de março de 2021 às 14:04

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

A prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, lamentou a morte da irmã em suas redes sociais. Dilma Gramacho tinha 82 anos e morreu em decorrência de complicações da covid-19. Ela estava internada há 17 dias no Hospital Espanhol, em Salvador.

Moema lamentou a perda e escreveu um texto emocionado, onde relatouj a relação afetuosa que construiu com Dilma, mesmo com a divergência política entre as duas.

"Para mim foi mais que uma irmã, foi minha segunda mãe. Dilma era também considerada como mãe por muitos que conviveram com ela e tinha também muitos amigos em sua trajetória de vida. Éramos adversárias políticas, mas nosso amor sempre foi maior que qualquer disputa partidária", disse em trecho da publicação.

Dilma Gramacho foi enterrada na manhã desta segunda-feira (22), no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. Devido à pandemia, a cerimônia reuniu apenas quatro familiares.

Moema também contraiu o vírus, em agosto de 2020, mas teve boa recuperação. 

Confira a homenagem na íntegra:"Essa é “MAMÃE DIBA”, como eu chamava DILMA GRAMACHO. Minha irmã mais velha, opa, desculpa! Ela não gostava quando a apresentávamos como mais velha e sim “A PRIMEIRA” filha mulher, dos vinte filhos de D. INÁ e SEU DESCARTES. Ela me ensinava a dizer que eu não era a última dos vinte e sim “A MAIS NOVA” (gostava disso). Para mim foi mais que uma irmã, foi minha segunda MÃE! DILMA era também considerada como mãe por muitos que conviveram com ela e tinha também muitos amigos em sua trajetória de vida. Desde quando começou a trabalhar na SLOPER- na Rua Chile, até quando saiu do partido que presidiu por muitos anos.

Éramos adversárias políticas, mas nosso amor sempre foi maior que qualquer disputa partidária. O respeito mútuo nos mantinha unidas. O que nos separava eram só os 20 anos da diferença de idade. Mas agora, o danado do vírus antecipou nossa separação deste plano para um outro. Mas onde quer que ela esteja, sei que continuará me protegendo e aos nossos irmãos, seus filhos e netos, até nos reencontrarmos.

DILMA GRAMACHO, sei que você lutou bravamente, mas não conseguiu resistir ao chamado de Deus. A COVID não lhe venceu! Você foi mais uma vítima a nos mostrar o quanto precisamos prevenir pra evitar a contaminação e continuar pesquisando as diversas facetas negativas desse vírus. São quase 300 mil mortes em nosso país. Tantas convivências interrompidas, tantas famílias destruídas. Nós sequer pudemos nos despedir. Nem um último abraço, um beijo! Nem segurar a mão pra que não se sentisse só. Agradeço aos bravos guerreiros da saúde por cuidarem dela até o último suspiro.

Em respeito também a eles, devemos nos unir contra esse vírus. MAMÃE DIBA, como você cantava na sua música favorita de Orlando Dias, estou que nem o pássaro “João de Barro”: ...foi-se embora que eu tanto queria, deixando a casa vazia, sofro e choro uma grande dor!”.